Ednéia Silva

Volta e meia surgem queixas sobre a demora no agendamento de cirurgias eletivas na rede pública de saúde no município. Pacientes com problemas considerados não urgentes enfrentam meses, às vezes anos, de espera sem saber o real motivo da demora.

É o caso do munícipe Paulo Jesus da Silva que espera por uma cirurgia desde outubro de 2013. Ele conta que operou o intestino em dezembro de 2012 quando colocou uma bolsa de colostomia. Ele deveria usar a bolsa por no mínimo seis meses. Transcorrido esse prazo, Silva deveria fazer novos exames para verificar se ele poderia deixar de usar a bolsa e concluir o procedimento.

Os exames foram realizados em outubro de 2013. Silva conta que foi considerado apto a fazer nova cirurgia para retirar a bolsa e “fechar” o corte. O problema é de que desde essa data ele aguarda o agendamento da cirurgia pela rede pública de saúde, sem conseguir explicações concretas das autoridades sobre os motivos da demora e quando o procedimento será realizado.

Enquanto isso, Silva continua usando a bolsa de colostomia sem necessidade. Além disso, está afastado do serviço. Ele faz acompanhamento da Unidade Básica de Saúde do Cervezão onde consegue os laudos e exames necessários para apresentar ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) quando precisa passar por perícia.

O paciente decidiu tornar público o caso para ver se consegue agilizar o agendamento da cirurgia. Ele afirma que já recorreu aos canais competentes tentando marcar a cirurgia, sem sucesso. Silva pensa, inclusive, em procurar o Ministério Público para ver se consegue fazer a segunda cirurgia.

Questionada sobre o caso, a Prefeitura informou que “a Fundação Municipal de Saúde e a Santa Casa de Rio Claro estão agilizando os procedimentos e a cirurgia para este paciente”. Não foram divulgados prazos para o atendimento da solicitação.

RECURSOS

Em setembro do ano passado, o Ministério da Saúde liberou R$ 41,78 milhões para a realização de cirurgias eletivas em todo o País. O reforço financeiro foi destinado a 254 municípios em 22 estados. Para São Paulo foram destinados R$ 4,4 milhões para 43 municípios. Pela lista divulgada pelo Ministério da Saúde, Rio Claro não estava entre as cidades contempladas.

Essa foi a terceira portaria do Ministério da Saúde publicada em 2014 autorizando o repasse de recursos para a realização de cirurgias eletivas. A primeira foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U) no dia 19 de maio, e liberou R$ 86,84 milhões. A segunda, do dia 10 de julho, totalizou R$ 67,27 milhões. Juntas, as três portarias totalizaram R$ 195,89 milhões liberados pelo governo para realizar cirurgias eletivas.

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