O Dia da Consciência Negra foi celebrado em Rio Claro no último fim de semana. No entanto, é necessário que o debate seja contínuo. Essa é uma das defesas que o advogado Ariel Toledo faz. Ele é um dos primeiros profissionais negros a ocuparem o cargo de procurador judicial na Prefeitura Municipal e, em entrevista ao Jornal Cidade, destaca a importância de se chegar à igualdade racial. Isto é, que pessoas pretas e brancas tenham os mesmos direitos e as mesmas condições para que, assim, haja uma sociedade equilibrada. De família da região do Cervezão, Toledo iniciou a vida profissional como Guarda Mirim. A instituição que forma jovens de realidade sociovulnerável e os encaminha para o mercado de trabalho alocou o então adolescente num emprego no Fórum de Rio Claro.

“Eu sempre tive vontade de trabalhar na GM, consegui fazer e fui encaminhado para trabalhar no Fórum. Por lá eu via a rotina dos advogados, achava interessante, eu gostava de ver as coisas acontecendo, como era o andamento dos processos, a rotina nos julgamentos. Mas via como algo distante da minha realidade, por conta disso eu sempre perguntava sobre isso aos escreventes, que, solícitos, sempre me responderam. Um dia eu ouvi de um chefe de cartório: “olha, você está me perguntando as coisas, não vá me fazer engenharia”. Quando me disse isso, virou uma chave. Passado um tempo, nunca tinha visto um advogado negro. Depois de uns dias tive o prazer de atender um advogado negro. Foi naquele dia que eu me vi naquela profissão”, recorda.

A vontade se intensificou. Passado o período de estudos do Ensino Médio na Escola Estadual ‘Chanceler Raul Fernandes’, foi finalmente cursar Direito na Unimep, em Piracicaba. Após a formação, iniciou a prestação de concursos públicos em cidades da região, incluindo em Rio Claro, local onde obteve a vaga. Após quatro anos de espera, na atual administração houve a convocação do então candidato para a nomeação. Hoje, Ariel ocupa um dos cargos de procurador judicial do município. Ao JC, Toledo, que é pós-graduando em Direito Civil Processual, fala da relevância de estar presente no poder público enquanto um homem negro. Confira no vídeo.

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