Antonio Archangelo
A prisão do líder do governo e senador Delcídio do Amaral (PT-MS) repercutiu entre lideranças rio-clarenses. Considerada por todos “um fato histórico”, a prisão cautelar demonstra, de acordo com os entrevistados, a independência dos poderes e o avanço no sentido de passar o país a limpo.
Para o advogado Djair Cláudio Francisco, a prisão demonstra que “ninguém está acima da lei”. “Para toda a sorte de pessoas, estando ou não no Poder. Para que a ilicitude cometida seja, por quem quer que seja, apurada. É um prenúncio de tantos outros no sentido de processar, julgar e condenar aqueles que, mesmo no Poder, se apoderam da credibilidade das pessoas, da miséria, e da boa-fé para atingir espúrios”, cita.
O presidente do Partido Popular Socialista (PPS), Francisco Quintino, crava: “é um momento histórico para o Brasil”.
“Por conta da apuração e em relação à sensação de impunidade. Além de ser uma situação inusitada, traz à luz das instituições uma independência de fato para passarmos o país a limpo. Creio que agora as investigações da Lava-Jato vão se aprofundar, com isso o cenário político nacional continuará efervescente”, completa Quintino.
Para o vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Agnelo Matos, o momento é de decepção.
“Estou extremamente desapontado, chateado. Ele tinha uma boa carreira como senador. Foi ministro do Itamar Franco e diretor de áreas estratégicas da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso”, comentou.
O deputado Aldo Demarchi (DEM) lembra que, com a prisão de um líder governista, a tendência é de a Lava-Jato se aproximar da cúpula governista. “Em primeiro lugar, a operação está muito próxima do poder central. Dizendo, claramente, que a presidente sabia de tudo. Está muito próximo da cúpula. Para a instituição Senado, é uma situação nada boa”, completou.
O senador Delcídio do Amaral prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, ontem (26). O depoimento começou por volta das 15h30, de acordo com a polícia. O senador estava acompanhado de advogados. Delcídio foi preso na quarta-feira (25) na capital federal. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o senador estaria obstruindo as investigações da Operação Lava-Jato.