Na última quarta-feira (13/12), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) ofertou denúncia contra nove pessoas, em razão da Operação Fumaça, deflagrada em 5 de dezembro com o apoio da Polícia Militar, da Corregedoria da Polícia Civil e da Receita Federal. A organização criminosa, composta de delegado de polícia, investigador, empresários e advogados, atuava em Rio Claro. Os crimes imputados foram organização criminosa, corrupção passiva, extorsão e lavagem de dinheiro.

O delegado de polícia denunciado é apontado pelo Ministério Público como o instituidor e coordenador da organização criminosa. Foi ele quem indicou à pessoa que investigava, vítima dos fatos, um dos advogados presos e também denunciado. Por mais de dois anos, a organização criminosa exigiu de suas vítimas, entre elas uma idosa com quase 70 anos, valores que eram entregues para advogados e consultores integrantes da organização criminosa.

Como forma de atemorizar suas vítimas, os membros do grupo exibiam notícias de operações do Gaeco e mandados de prisões falsos, exigindo o pagamento de quantias milionárias para evitar os cumprimentos.

Os advogados e consultores integrantes da organização informavam que poderiam intervir junto a autoridades públicas do sistema de Justiça penal para resolver as pendências criminais das vítimas.

Em caso de condenação, os fatos imputados ao delegado de polícia – afastado das funções por decisão judicial – podem gerar pena de 42 anos, enquanto ao advogado indicado por ele à vítima, a pena pode chegar a 78 anos. A Secretaria de Segurança Pública já está ciente da decisão de afastamento.

Entre os denunciados e presos está um ex-promotor de Justiça, exonerado por condenação penal, sendo apreendido com ele inclusive a carteira funcional. Há informações de que o acusado se identificava como promotor de Justiça aposentado.

A Justiça indeferiu todos os pedidos de revogação das prisões preventivas.

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