Dona de uma agenda movimentada, entre consultórios e lives na internet, médica encontra tempo para aproveitar cada cantinho de sua casa, em Rio Claro
Aos 60 anos de idade, a médica fisiatra e acupunturista há 37 anos acorda bem cedo, se arrisca na cozinha nos fins de semana, vai para a academia no fim do dia e adora assistir filmes. Rio-clarense nata, já trabalhou em Limeira, Sumaré e São Paulo – cidade onde foi professora na faculdade de medicina da Santa Casa. Nair Helena Cerri Hebling recebeu a equipe do JC em sua casa, onde fez revelações sobre sua vida pessoal, profissional e o amor pelos Beatles e comentou sobre a maturidade.
Nome completo: Nair Helena Cerri Hebling
Idade: 60 anos
Profissão: médica Fisiatra e Acupunturista
Relacionamento: casada com Delton Hebling Jr
Filho: Daniel L. Cerri Hebling
JC – Você acha que depois dos 50 anos aprende-se a viver melhor?
Nair Hebling – Acho que ficamos mais criteriosos; nossas experiências nos ajudam a fazer escolhas mais apuradas e que façam sentido para cada um de nós.
JC – A vida renasce depois dos 50?
Nair Hebling – Sim, renasce. Mas também renasce na adolescência, na juventude… Acredito que a vida sempre se renova quando temos que lidar com novas realidades, gerenciar mudanças e entender a evolução que isso nos traz. Ritos de passagem, “surpresas” da vida, reviravoltas podem ser difíceis e dolorosas mas sempre nos tornam pessoas melhores, mais experientes e capazes de participar de forma mais profunda no nosso mundo.
Lidar com as mudanças que a maturidade traz é um grande desafio. Entender que nada será para sempre se torna mais urgente e desafia nosso humor. Não é simples…mas com bom humor, é possível.
JC – Dizem que não há vida boa nessa idade sem três coisas: saúde física, saúde mental e independência financeira. Concorda?
Nair Hebling – Concordo. Mas é preciso lembrar de que, mesmo em relação à independência financeira, não conseguiremos tudo sozinhos. Será preciso, ao menos em algum momento, alguém para usar o patrimônio que amealhamos para nosso sustento. Será preciso também considerar a possibilidade de necessitarmos da ajuda de alguém para nossos cuidados, desde os mais básicos. É difícil pensar nisso, mas é a realidade. Acho que, além da saúde física, mental e financeira, temos que viver, desde agora, exercitando a solidariedade e a fraternidade. Isso vai facilitar a aceitação das mudanças e nos ensina que nenhum ser humano é auto suficiente o tempo todo. Se precisamos de um padeiro para fazer nosso pão ou de uma enfermeira para nos levantar da cama, tanto faz, temos que começar a aceitar que todos dependemos de todos. A Pandemia da covid-19 está nos mostrando isso a toda hora, desde a forma de contágio até a forma de combater a doença. Entender isso é urgente para nossa sobrevivência, seja à covid-19 ou à nossa própria senilidade.