Publieditorial
A citação mais antiga que temos de insônia vem justamente do “PAI DA MEDICINA”, o grego Aristóteles (460 a.C – 377 a.C), que observou que estados de depressão e tristeza levam à insônia.
Hoje, sabemos que o inverso também é verdadeiro; insônia causa depressão, tristeza, prejuízos cognitivos (redução de memória, da atenção…), alteração de humor (irritabilidade,…), problemas comportamentais em crianças, prejuízo acadêmico ou familiar. Também pode ocorrer a situação de ‘sonorexia’ quando a pessoa tem medo de quando começa a anoitecer, porque ‘sabe’ que não irá dormir.
Cerca de 1/3 da população mundial sofre de insônia. Recente, estudo da UNICAMP mostrou que 40% da população de Campinas sofre de insônia.
Mas afinal, o que é insônia?
Segundo o Consenso Brasileiro de Insônia, publicado em 2013 pela Associação Brasileira de Sono (ABS), seria a “INSATISFAÇÃO COM A QUALIDADE E QUANTIDADE DE SONO”. Hoje, classifica-se em “TRANSTORNO DA INSÔNIA E DISTÚRBIO DA INSÔNIA”, sendo abolido o termo de ‘insônia primária’.
A insônia aguda é a que dura menos que 1 mês; insônia de curto prazo (1-3 meses) e persistente (mais que 3 meses). Ocorre pelo menos 3x por semana.
O perfil do paciente que é mais predisposto a sofrer de insônia seria:
- Sexo feminino (principalmente após a menopausa);
- Idosos: há redução progressiva do sono de ondas lentas durante a vida;
- Transtornos mentais ou doenças clínicas;
- Trabalhadores de turno;
- Aposentados e inativos;
- Viúvos – Não há explicação para tal fato, mas estudos mostram esse dado.
Estudos publicados em 2015 associam a Insônia Persistente ao aumento da mortalidade com aumento da inflamação sistêmica, mortalidade cardiovascular e aumento de células cancerígenas.
TRATAMENTO
– Observar os hábitos de higiene do sono: retirar toda luz do quarto, principalmente luz de celulares, laptops, televisão… a melatonina (hormônio do sono) só é produzida no escuro. Evitar estimulantes (cafeína, chocolate, nicotina…), evitar álcool, evitar cochilos durante o dia, fazer exercícios regulares, porém, até 6 horas antes de dormir (a melatonina tem seu pico de liberação quando a temperatura corporal é mínima).
Ordem de tratamento:
1) Terapia cognitivo comportamental como, por exemplo, terapia de restrição de sono.
2) Nunca tratar insônia aguda com benzodiazepínicos (diazepam, lorazepam, bromazepam, clonazepam,…).
3) Observar se é insônia ou distúrbio do ritmo circadiano (actigrafia).
4) Identificar pela polissonografia se há algum outro fator impedindo a progressão normal do sono.
5) Seguir conduta medicamentosa citada no Consenso Brasileiro de Insônia, pois orienta o uso de medicamentos seguros que NÃO alteram a arquitetura do sono, como fazem os benzodiazepínicos, que diminuem o sono N3 (sono de fixação da memória), predispondo à Demência de Alzheimer (amnésia anterógrada) com ressaca no dia seguinte e piora da coordenação fina.
a sociedade moderna, houve piora dos quadros de insônia, pois a luz se faz cada vez mais presente durante o período em que deveríamos estar dormindo!