ALINE MAZZO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Após cinco dias sem divulgar o balanço de casos e de mortes da Covid-19 por causa de um problema no site do Ministério da Saúde, o governo do estado de São Paulo voltou a atualizar o balanço diário da evolução da doença nesta quarta-feira (11).
Os dados mostram que o estado soma 1.150.872 casos e 39.907 mortos. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o número de óbitos é possivelmente inferior ao real, já que a instabilidade no site do ministério também dificultou a inclusão das novas mortes pelos municípios. No boletim do último dia 5, São Paulo registrava 1.125.936 registros da doença e 39.717 óbitos.
A instabilidade no sistema do ministério teve origem em ataques cibernéticos que afetaram também o sistema do STJ (Superior Tribunal de Justiça). O ataque se chama “ransomware”, no qual o sistema corporativo é invadido, os dados são criptografados (na maioria dos casos os dados continuam lá, mas são “embaralhados”, e a chave para desembaralhar está com quem fez o ataque) e há um pedido de resgate para restaurar as informações “sequestradas”.
Com a situação, dados dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ficaram sem atualização de dados nos últimos dias.
Segundo a gestão João Doria (PSDB), o aceso ao sistema do ministério foi restabelecido somente na noite desta terça-feira (10), permitindo a extração dos dados na manhã desta quarta.
MONITOR DA FOLHA
Os problemas no sistema do Ministério da Saúde que ocorrem desde a semana passada devem gerar uma leitura equivocada no monitor de aceleração da Covid-19 no Brasil desenvolvido pela Folha.
A falta de dados afeta o modelo estatístico desenvolvido pelos pesquisadores da USP Renato Vicente e Rodrigo Veiga, que se baseia na evolução dos casos em cada local (cidade, estado, país) e tem como parâmetro um período de 30 dias, com mais peso para o período mais recente.
Sem o número real de casos, o monitor não consegue informar adequadamente o estágio da pandemia no local (acelerado, desacelerado, estável ou reduzido).
O modelo utiliza dados do Brasil.io, para os dados municipais, e do consórcio de veículos de imprensa, para informações sobre os estados. Ambas as fontes foram afetadas.