Fabíola Cunha
Quem, no desespero, nunca soltou uma frase mal pronunciada e equivocada em inglês que atire the first rock .
O idioma é requisito básico em muitas empresas e pode ser testado logo na entrevista para obtenção do emprego, quando candidato tem que provar saber mais da língua além do que precisa para operar o celular.
“Hoje em dia, em vista da globalização, os idiomas estrangeiros são requisitados pelo mercado de trabalho”, diz a professora universitária e doutora em linguística Raquel Albano Scopinho, que alerta: “A língua inglesa é tida como universal, e o espanhol é falado por uma grande quantidade de países; por isso, é desejável que o profissional conheça, pelo menos, essas duas línguas”.
Raquel acredita que atualmente um dos grandes problemas do aprendizado do inglês no país é a má formação dos professores, devido à baixa remuneração da profissão. Assim como em qualquer disciplina, um professor mal pago resulta em baixa qualidade do ensino: “Quando um professor é bem preparado, ele é capaz de motivar o seu aluno mesmo em condições adversas e, para tal, é necessária uma contínua capacitação, a qual requer investimentos constantes”, avalia.
A proliferação de franquias de escolas de idiomas é vista como positiva pela acadêmica, já que promove a concorrência e aumenta a oferta ao estudante.
Com professor bem preparado e aluno motivado, é possível aprender um idioma mesmo que o aluno não more fora: “Quando não se tem uma oportunidade de treinar o idioma estrangeiro cotidianamente, é importante ler, ouvir e falar, usando a TV, internet, DVD e outros ambientes que ofereçam os insumos necessários”, orienta Raquel.
E nem o fator idade influencia no aprendizado. Raquel relata que octogenários apenderam o idioma com muito sucesso e outros, com 18 anos e matriculados em escolas de inglês desde a infância, não sabiam quase nada.
Mas quem só entende que “The End” é “O Fim” porque o filme acaba depois disso não pode simplesmente se matricular na primeira escola que aparecer sem pesquisar material didático, formação dos professores e relação custo-benefício: “Não há uma ‘melhor metodologia’ de ensino; há aquela que se molda melhor às necessidades da pessoa naquele momento”, explica a professora.