SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS)
Depois de uma reunião de mais de oito horas em que conversou com ministros, governadores e as equipes de saúde e de economia (muitos por teleconferência), o presidente argentino, Alberto Fernández, disse que a quarentena para conter o avanço do coronavírus será ampliada, a princípio, até a Páscoa, em 12 de abril.
Nesta data, será reavaliada a medida e, se for necessário, pode haver nova ampliação.
A quarentena obrigatória permite que as pessoas saiam apenas para fazer compras de alimentos e de itens nas farmácias. Mais de 6.000 pessoas já foram processadas por descumprir a medida.
Apenas os profissionais da saúde, da alimentação, da distribuição de combustível estão fora da quarentena. Jornalistas precisam de permissão especial para cada cobertura.
Também seguem fechadas as fronteiras aéreas, marítimas e terrestres, até segunda ordem, e continuam as restrições para o transporte público.
Fernández disse que o balanço realizado sobre a quarentena até agora é positivo e que a Argentina está realizando uma experiência que disse ser inédita no mundo. “Implementamos uma quarentena estrita logo que os primeiros casos ocorreram em nosso país e estamos tendo bons resultados diante dessa ameaça”.
Disse também que o tempo que se está ganhando com a quarentena diminuirá o impacto da epidemia quando o pico da doença chegar ao país.
Sobre a economia –também os bancos continuarão fechados até 12 de abril–, Fernández disse: “a economia se pode salvar, uma pessoa que morre, não”.
De tarde, o ministro da Saúde, Ginés González García, afirmou que havia aconselhado que as medidas de restrição fossem mantidas até, pelo menos, o próximo dia 20 de abril.
“Nossas projeções estão mostrando que o pico da epidemia na Argentina, que prevíamos para o princípio de abril, agora pode ocorrer em maio. Isso é bom, é um sinal justamente do que queremos, achatar a curva, e que o pico seja mais baixo, com menos mortes”.
Ele acrescentou que as medidas estão sendo tomadas com vantagem de tempo com relação a Espanha e Itália e que isso aponta que “cada dia que ganhamos, é um dia mais para capacitar o país”.