Lucas Calore
O Brasil, mesmo com sua imensidão continental, pode ser pequeno para o tamanho dos sonhos de muitas pessoas. As jovens de Rio Claro, Jéssica Correia (22) e Jessica Daiane (24), partiram em busca de novas conquistas em território internacional.
Elas participam do programa de intercâmbio Au Pair, nos Estados Unidos, que permite morar com famílias para trabalhar como babá, fazer cursos e ter imersão cultural, além de salário em dólar.
EXPERIÊNCIAS
Jéssica Correia é formada em Secretariado Executivo Trilíngue e mora desde julho em Palisades, no Estado de Nova York. “Meu sonho sempre foi conhecer os EUA. O Au Pair, na época em que comecei a me programar, foi a melhor opção custo-benefício”, diz. A jovem decidiu que sairia do país aos 19 anos e passou a planejar tudo. Alguns anos depois, finalmente, no final de 2014, procurou agências que fornecem o serviço e pesquisou bastante em blogs especializados.
Com o gerenciamento da empresa, o primeiro contato com a família que a recebeu foi por meio de videoconferência. “Eu conversei com três famílias até escolher a em que estou e eles são muito bons comigo. Os pais são advogado e juíza, e eles têm três filhos, mas eu sou Au Pair apenas da Mikaela, de 10 anos. Os outros dois filhos são jovens, 20 e 21 anos, Corey e Jason”, detalha.
Apesar de ter prática no idioma, teve medo de não conseguir se comunicar. “Há realmente uma dificuldade em entender uma língua diferente. Eles também têm gírias e falam muito rápido”, conta. Seu dia a dia consiste em cuidar da criança, como preparar café da manhã e jantar, levá-la a aulas de violino e hebreu, lavar roupas, arrumar quarto, entre outras. Em momentos de folga, faz um curso focado em gramática e conversação para estrangeiros para ser fluente.
Jessica Daiane está morando em Tenafly, no Estado de New Jersey, há quase um ano. Ela passou pelos mesmos processos para se enquadrar no perfil da família que a recebeu e o primeiro contato também foi pela web. “É possível ter uma ideia de como será a afinidade e tirar dúvidas sobre rotinas. A família é nativa norte-americana e eles são judeus (religião típica da região).
O pai é agente literário e a mãe, consultora de RH. Tenho o prazer de cuidar de duas adolescentes de 11 e 14 anos, que são muito próximas a mim”, conta. Formada em Fisioterapia, a jovem afirma que a experiência de morar com uma família desconhecida em outro país está sendo melhor que a esperada.
“A troca cultural é incrível e muito válida. A proposta é fazer de você um integrante da família, como uma irmã mais velha, além da responsabilidade de cuidar e administrar a rotina das crianças”, detalha. Ela afirma que é necessário ter a total segurança em cuidar e ser responsável por uma ou mais crianças. “É preciso vir com a mente aberta para saber lidar com o choque de vivenciar uma nova cultura e a realidade de conviver com seu trabalho”, finaliza.
BRASILEIROS
A oportunidade também permite troca de experiências com pessoas de todo o mundo e conhecer lugares diferentes. O contato com outras garotas que fazem parte do programa Au Pair também é diário e, assim, fizeram novos círculos de amizade, inclusive com brasileiras.
Correia diz que em todo lugar que vai com uma amiga brasileira conhecem outros brasileiros. “É bem engraçado”, conta. Daiane mora muito próximo de Nova York, com transporte público que lhe permite chegar em poucos minutos em uma das maiores cidades do mundo. “Hoje, em maioria, minhas amizades são com brasileiras(os). Uma forma de nos sentir menos longe de casa”, completa.