Ednéia Silva
Abandonado há anos, o posto de combustíveis da Rua 9 com a Avenida 13, no bairro São Benedito, continua incomodando a vizinhança. O autoposto tem sido usado por andarilhos e usuários de drogas. Além disso, o lixo se acumula no prédio, que ainda tem recipientes espalhados que podem se transformar em criadouros para dengue.
Quem reclama é uma moradora que não quis se identificar. Segundo ela, o problema se arrasta há anos, sem solução. Ela já protocolou várias queixas na prefeitura, bem como outros moradores, mas nada foi feito. Apenas o local foi cercado com tapumes e cerca de arame mas, segundo a munícipe, isso não resolve o problema.
Ela relata que as pessoas que ocupam o local à noite usam drogas, fazem sexo, brigam e incomodam a vizinhança. A moradora alerta ainda para o risco de dengue, visto que há muito lixo no prédio e recipientes que podem acumular água e virar criadouro do mosquito. “Não adianta nada a gente cuidar da nossa casa com uma área assim próxima que pode contaminar o bairro”, reclama.
O JC já fez matéria sobre o mesmo posto há algum tempo. Depois da publicação, os proprietários cercaram o posto com arame farpado e tapume, porque antes o imóvel estava aberto. Na época, a prefeitura disse que ia acionar os proprietários para resolver o problema, que ainda permanece.
A reportagem questionou a prefeitura sobre as queixas. Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o governo municipal esclarece “com relação à dengue, o setor de combate à doença no Centro de Controle de Zoonoses faz monitoramento regular no local, assim como em vários outros pontos da cidade. A mais recente vistoria aconteceu há cerca de um mês e meio e nova vistoria será feita nos próximos dias”.
Quanto ao abandono do imóvel, a prefeitura explica que a legislação impõe limite às ações do poder público em caso de imóvel particular, “que é de responsabilidade exclusiva do proprietário”. A assessoria afirma que a “prefeitura não pode multar proprietários por abandono de imóveis, mas busca localizar e notificar os donos para que tomem providências quando se verifica situação que prejudica a comunidade”. A prefeitura conclui dizendo que, em caso de invasão, cabe aos donos tomarem as medidas cabíveis. Sobre a ação de indivíduos suspeitos no local, a recomendação é que a população acione a polícia ou a Guarda Civil.
De acordo com o Censo 2010 do IBGE, são 7.504 domicílios particulares não ocupados em Rio Claro. Muitos deles em estado de abandono. Rio Claro não possui legislação própria sobre o assunto. Cabe aos donos manter a segurança, bem como evitar o acesso às propriedades fechadas ou abandonadas.