Bancários preveem dificuldades

Ednéia Silva

Bancários reunidos em assembleia no Jardim Público (foto arquivo)

Nesta sexta-feira, dia 1º de maio, é comemorado o Dia do Trabalho. Os bancários, assim como outras categorias, destacam as conquistas e os problemas enfrentados pelos trabalhadores nesse momento em que o Brasil sofre com a queda da economia, a ameaça do desemprego e a possibilidade de terceirização do trabalho.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Rio Claro e Região, Reginaldo Breda, comenta que a categoria conseguiu alguns benefícios ao longo dos anos como vale cultura, já em vigor; a licença maternidade de seis meses para as mulheres (o normal é quatro meses); além de ser a única categoria com acordo coletivo nacional. Isso significa que as negociações da campanha salarial são feitas em conjunto para trabalhadores de todos os estados. “O bancário de Rio Claro recebe o mesmo do bancário do Sul, em todo lugar”, destaca Breda.

O presidente ressalta ainda entre as conquistas o fato da categoria ter conseguido aumento real em todas as campanhas nos últimos 20 anos. O reajuste salarial sempre vem com algo a mais além da inflação. No ano passado, aos bancários conseguiram, na média geral, ganho real de 1,8% acima da inflação.

Para 2015, Breda acredita que as negociações da campanha serão difíceis. “A gente espera uma campanha complicada porque o cenário financeiro não é favorável”, declara. Para ele, os bancos devem sinalizar para não conceder aumento real.

As primeiras movimentações da campanha de 2015 começam no dia 7 de maio quando serão formuladas as propostas que vão compor a pauta de reivindicações da categoria. Segundo Breda, primeiro são realizados os encontros regionais, depois os estaduais e na sequência o encontro nacional que acontecerá em julho. Dele, sai a minuta da pauta que será entregue aos patrões.

Breda diz que o principal item da pauta deste ano será a segurança bancária. De acordo com ele, os bancos investem muito pouco no setor porque defendem que a segurança cabe ao Estado. Para Breda, é preciso avançar mais nesse tema.

Outro assunto que deverá entrar na discussão é a terceirização do trabalho que está sendo discutida no Congresso Nacional através do Projeto de Lei 4330/2004. Depois de anos engavetado, o projeto foi colocado em votação e o texto-base foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora será discutido pelo Senado. Breda observa que o projeto irá afetar, ainda mais, os bancários. Hoje as agências já terceirizam serviços de limpeza e segurança. Se for permitido terceirizar a atividade fim, agências poderão funcionar somente com terceirizados.

Quem é contra o projeto afirma que haverá prejuízos para os trabalhadores, já quem é a favor defende que o terceirizado terá os mesmos direitos dos trabalhadores regulares e que a diferença salarial gira em torno de 25%. Breda contesta a afirmação dizendo que o salário de um funcionário terceirizado no sistema financeiro chega a ser 50% menor.

Os bancários somam cerca de 1.000 trabalhadores base sindical formada por 11 cidades: Rio Claro, Santa Gertrudes, Cordeirópolis, Conchal, Ipeúna, Corumbataí, Analândia, Itirapina, Santa Cruz da Conceição, Araras e Leme.

Redação JC: