Biometano, a aposta verde da indústria cerâmica

Assinatura do termo no início da tarde de ontem (3) feita pelo presidente do Conselho Administrativo da ANFACER Benjamim Ferreira Neto, presidente da ASPACER, Eduardo Roncoroni Fior junto com o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Rafael Cervone, e demais representantes de entidades signatárias e apoiadores.

Acordo entre os setores cerâmico e sucroenergético, visando à paulatina substituição do gás natural pelo biometano como combustível para os fornos das fábricas, foi firmado nesse dia 3 de março, em Santa Gertrudes. Inicialmente, o projeto-piloto contemplará dez plantas consumidoras do polo cerâmico.

O projeto segue agora para fase de implementação, com previsão de funcionamento operacional no início de 2025. A princípio, o uso deverá chegar à proporção de 5% do consumo energético das indústrias participantes. Até 2030, a expectativa é que o volume alcance 50% do consumo do setor em São Paulo, o equivalente a aproximadamente 1 milhão de metros cúbicos por dia. “Para a indústria cerâmica, o acordo representa um novo e importante passo na área energética, com ganhos econômicos e ambientais”, disse Benjamin Ferreira Neto, presidente do Conselho de Administração da Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres), uma das entidades que lideram o acordo.

Num primeiro momento, por meio da rede já existente de gasodutos, serão injetados 50 mil metros cúbicos diários de biometano nos fornos das empresas, cujo objetivo é contar com um mix de fontes energéticas cada vez mais limpas e renováveis. Nesse sentido, o biometano apresenta grande potencial, até mesmo para suprir 100% da demanda da indústria cerâmica.

Para o presidente do Conselho Administrativo da Associação Paulista de Cerâmicas para Revestimento (Aspacer), Eduardo Roncoroni Fior, o projeto propulsionará o uso do biometano para outros Estados. “Para a indústria paulista, é muito significativo sermos pioneiros nesse projeto, que será o pontapé inicial para sairmos das palavras e irmos para as ações”. O líder empresarial está otimista com o ritmo de implementação da iniciativa e vê possibilidades de expansão para outras regiões do País: “Acredito que tomará corpo rapidamente e terá uma pujança nacional muito forte”, destacou.

De acordo com o diretor de Relações Institucionais Aspacer, Luís Fernando Quilici, o segmento cerâmico é o segundo setor industrial que mais consome gás natural no Brasil. “Atualmente 16% de todo gás de uso industrial é consumido pelo setor cerâmico”, destacou.

Maurício Borges (Anfacer), Luiz Antonio Ortigosa (Cerâmica Delta), Benjamim Ferreira Neto (Anfacer/Cerâmica Alfagrês), Luís Fernando Quilici (Aspacer) e Heitor Ribeiro de Almeida Neto (Cerâmica Almeida), durante evento da assinatura do termo para uso do biometano no setor cerâmico.

Antes do evento, houve ainda nessa sexta-feira (3) uma visita às dependências da Cerâmica Delta, onde uma equipe formada por jornalistas e convidados foi conhecer o processo de fabricação industrial. Já o acordo foi assinado às 11 horas, na sede da Aspacer. Além dela, outras duas entidades do setor são signatárias do projeto: Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres) e Sindiceram (Sindicato das Indústrias de Cerâmica – Criciúma). O segmento sucroenergético é representado pelo Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool), da região de Piracicaba. Há, ainda, a participação da Geo Tech e do Senai Nacional. O evento contou também com a participação do presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Rafael Cervone, o prefeito de Santa Gertrudes, Lázaro Noé ‘Gino’, e demais autoridades, representantes de entidades signatárias e apoiadores.

Redação JC: