Brasil tem 1º caso da ômicron XE, que pode ser mais transmissível

Imagem do vírus da Covid-19 visualizado em um microscópio eletrônico.

Folhapress/ Isabella Cavalcante

A ômicron XE, subvariante da Covid-19, foi confirmada pela primeira vez no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. A cepa surgiu no Reino Unido e foi apontada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com potencial de ser ainda mais transmissível do que outras versões da ômicron.

“O Ministério da Saúde informa que foi notificado nesta quarta-feira (6), pelo Instituto Butantan, da confirmação do primeiro caso da variante XE (recombinante das sublinhagens BA.1 e BA.2 da ômicron) no Brasil”, disse em nota à reportagem.

“A pasta mantém o constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19 e reforça a importância do esquema vacinal completo para garantir a máxima proteção contra o vírus e evitar o avanço de novas variantes no país”, completou.

A subvariante XE combina duas cepas da ômicron, a BA.1 e BA.2. Alguns estudiosos cogitam que a XE tenha material genético de outros vírus, além dos dois citados.

A ômicron “original” causou grandes ondas de contaminação de coronavírus ao redor do mundo, piorando o contágio no Brasil no início do ano e causando hospitais e clínicas lotadas. Farmácias também ficaram desabastecidas de testes para comprovar a doença.

“Essa combinação em particular, XE, mostrou uma taxa de crescimento variável e ainda não podemos confirmar se ele tem uma verdadeira vantagem de crescimento”, alertou Susan Hopkins, assessora médica chefe da UKHSA (Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido).

O uso de máscara facial já não é mais obrigatório em várias partes do Brasil e de outros países, mas pode ser benéfico para pessoas de grupos de risco, especialmente ao frequentar locais fechados. A higiene frequente das mãos também é recomendada para evitar a doença.

PANDEMIA OU ENDEMIA?
Enquanto países como Espanha, Reino Unido e França planejam tratar a Covid como endemia, o Brasil ainda classifica a situação como pandemia. O presidente Jair Bolsonaro (PL) pressionou para que a pasta da Saúde alterasse esse status até o fim de março.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, afirmaram semana passada que estudam apenas encerrar o estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, em vigor há mais de dois anos.

Este estado de emergência, que estabeleceu as primeiras medidas de combate à Covid por parte do governo, foi decretado por meio de uma portaria publicada em 3 de fevereiro de 2020, mais de um mês antes de a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarar a pandemia em âmbito mundial. Para que a emergência sanitária seja encerrada, o ministério ainda “depende de uma série de análises”, segundo Queiroga.

“Não pode ser interrompida nenhuma política pública que seja importante e fundamental para o combate à Covid-19”, reforçou o ministro.

Na prática, uma doença se torna uma pandemia quando atinge vários continentes de forma intensa. Quando uma enfermidade é classificada dessa forma, países adotam uma série de medidas específicas para combatê-la, como ocorreu a partir de 2020.

A endemia, por sua vez, seria uma doença que, embora tenha frequência acima do esperado em determinada região, convive com a população de forma contínua.

Ao classificar a Covid dessa maneira, um governo indica que tem meios suficientes para controlar a doença e abre brecha para eliminar uma série de medidas restritivas, como uso de máscaras, por exemplo. Especialistas apontam que, para além do quesito prático, que pode variar bastante, há efeito simbólico ao rebaixar os status da doença.

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