Adriel Arvolea
Para discutir os rumos da folia de Momo e os preparativos para a festa, o Café JC reúne nesta edição os representantes das escolas de samba de Rio Claro: Jeferson Zanotti – presidente da Unidos da Vila Alemã – UVA; Welson Camargo – presidente da Samuca; Ari Rios e Hélio do Carmo – este presidente da Grasifs – Voz do Morro; João Benedito Geniselli, diretor de Harmonia, e Maria Inês Arena, porta-bandeira da A Casamba.
Jornal Cidade – Em 2014, a UVA não desfilou devido ao temporal que atingiu a cidade. Desde então, como a escola se preparou para o Carnaval deste ano?
Jeferson Zanotti – O nosso enredo fala de superações por meio do tempo, o tempo de Deus. Nesse sentido, aproveitamos o fato de 2014 para falar dos próprios desafios da escola. No ano passado, tivemos muitos problemas. Já em 2015, se tiver que errar, será por nós mesmos. Nos reestruturamos e graças a Deus, aos que ficaram e amam a UVA, vamos desfilar de igual para igual com as coirmãs.
JC – A divisão dos desfiles no sábado e domingo sempre gera discussões quanto à viabilidade e resultados. Essa decisão é benéfica para quem?
Hélio do Carmo – Para as agremiações é ruim, até pelo fato de serem apenas quatro. Uma escola que saia no domingo já está ganhando, porque é um dia à frente daquela que desfilou no sábado. Com isso, haverá um tempo a mais para acertar detalhes e finalizar os trabalhos. Haja vista o que aconteceu em 2014 com o temporal, prejudicando a UVA e Grasifs.
JC – A escola A Casamba conquistou o último título do Carnaval em 2010. Desde então, ocupa a vice-liderança entre as agremiações. Para 2015, quais são as expectativas?
João Benedito Geniselli – A Casamba vem para a Passarela do Samba para ganhar. Nos últimos anos, a Samuca é a favorita. Mas todas as escolas têm as mesmas condições. Estamos há alguns décimos da Samuca. Não sei quando, mas ela vai cair. Estamos trabalhando forte para apresentar um excelente trabalho e conquistar o título.
JC – A Samuca desfila com a prerrogativa de ‘favorita’ e ‘já ganhou’. Aceita-se ou isso é rechaçado pela direção da escola?
Welson Camargo – A gente reconhece o trabalho das coirmãs. Nos orgulhamos do favoritismo, mas a responsabilidade só aumenta. Não podemos nos acomodar. Cada ano é um ano e temos que trabalhar para vencer. O ‘já ganhou’ não existe. Mantemos sempre os pés no chão.
JC – Que avaliação fazem das notas e critérios usados pelos jurados na avaliação dos desfiles?
Ari Rios – Defendo a mudança dos jurados para que não fiquem ‘viciados’. Em 2014 já houve essa troca, não necessariamente pelos 10 recebidos, de ponta a ponta, pela Samuca, mas num processo natural. Mas, ao que me parece, por a Grasifs ser sempre a primeira a desfilar, existe um julgamento rigoroso com a escola e em relação às demais, passam batido.
Jeferson Zanotti – Podem mudar os jurados, vão reclamar. É o mesmo que acontece com o futebol: o resultado nunca agrada. Apesar de os jurados dizerem que não, tem comparação na hora de avaliar as escolas. Acredito que nota 10 em tudo não vai mais existir. Em 2015, a Uesp (União das Escolas de Samba Paulistanas) volta a ser a instituição responsável pelo envio de profissionais para o julgamento dos desfiles.
João Benedito Geniselli – Nos dias de hoje, aconteceram alguns favoritismos. Nos dias de hoje, houve algum ‘jabazinho’. Vamos pensar no Carnaval 2015. O que não pode é contratar uma entidade para julgar um carnaval técnico, que não segue a própria cartilha e dá justificativas imprecisas. É complicado.
Welson Camargo – Os 10 que a Samuca recebe têm seus méritos. Trabalhamos o ano todo para isso. Todas têm a sua chance. Falam de jabá ou trocam comissão julgadora porque Samuca tira 10 em tudo e ganha, mas vamos analisar individualmente o seu desfile, avaliar cada detalhe e ver o motivo de não ter tirado 10.
JC – O que o folião pode esperar dos desfiles 2015?
Hélio do Carmo – A Grasifs vai sair bonita e luxuosa. A diretoria está empenhada com a comunidade para fazer um bom desfile. A escola vem com a visão do Carnaval que queremos para o futuro: fantasias feitas pela comunidade, um trabalho sustentável e reciclável.
Maria Inês Arena – A Casamba está evoluindo, sempre primando pelo luxo. Com relação a 2014, fizemos um balanço para acertar detalhes para o desfile. Estamos focando em harmonia musical, para que a comunidade cante na Passarela do Samba e, também, se integre ao desfile.
Jeferson Zanotti – 2015 será o maior Carnaval da UVA. Ela vem reajustada dentro dos seus padrões. Vai cantar, fazer a parte técnica e disputar de igual para igual. Será um grande Carnaval, mesmo sabendo que é difícil ganhar, porque é uma condição que depende de fatores econômico, pessoal, etc. Será meu último ano como presidente. Fecharei com chave de ouro.
Welson Camargo – Nosso Carnaval é todo produzido em Rio Claro, com a união da família samuqueira. Teremos alas com luxo e riqueza em detalhes. Neste desfile, iremos superar a nós mesmos. O público pode esperar um grande desfile, rumo ao penta.