Laura Tesseti
Doar sangue é doar vida. A frase pode ser um grande clichê, mas também é uma grande verdade. E é por isso que o grupo de voluntários Mais Vida realiza campanhas ao longo do ano em prol do Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, centro de referência em transplantes de medula óssea e também em tratamentos oncológicos.
Recentemente uma campanha aconteceu no Grêmio Recreativo da Santa Cruz, localizado na Rua 9, entre as avenidas 8 e 12. Mais de 200 pessoas passaram pelo local e, de alguma maneira, contribuíram grandemente para salvar vidas.
A engenheira química Luziane Sartori, de 41 anos, mora em São Paulo, está passando férias em Rio Claro e encarou a doação pela primeira vez. “Nunca doei, mas eu sei o bem que isso faz ao próximo e não nos custa nada, então não temos motivos para não colaborar”, conta.
Além da doação de sangue, aconteceu também o cadastramento no Redome – Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer, em 2000, apenas 12 mil pessoas faziam parte do cadastro, mas felizmente, até novembro de 2014, o número de cadastrados subiu para 3,5 milhões, e é fundamental que aumente todos os meses.
Marco Antonio Santana, além de membro do Mais Vida, é o responsável pela campanha Sangue Corintiano na cidade de Rio Claro. “Sou do Mais Vida há uns quatro anos, mas doo sangue há cerca de dez anos e pretendo continuar por muitos e muitos anos. Também organizo as campanhas com os torcedores do Corinthians, a Campanha Sangue Corintiano, que acontece no Estado de São Paulo, anualmente”, explica.
O torcedor e também doador conta que o ato de ajudar alguém, mesmo sem saber quem, o faz muito feliz. “Não precisamos saber especificamente quem estamos ajudando, mas precisamos ajudar e só, é o velho ditado, fazendo o bem sem olhar a quem.”
Números
No total, 92 bolsas de sangue foram coletadas pela equipe no Hemonúcleo Regional de Jaú, sendo que mais de 60 pessoas doaram sangue pela primeira vez.
Sobre o cadastramento para doação de medula óssea, ao todo 141 pessoas deram entrada no banco de dados do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea.
Muitas pessoas podem questionar o fato das coletas serem encaminhadas ao Hospital Amaral Carvalho, de Jaú. O local, por ser referência em diversos tipos de tratamento, recebe pacientes de diversas cidades do Estado de São Paulo, incluindo um grande número de Rio Claro.
Para Francisco Martins da Costa Filho, coordenador técnico do Hemonúcleo Regional de Jaú, campanhas como as realizadas pelo grupo de voluntários são fundamentais para o reabastecimento das bolsas de sangue e também para o aumento no número de cadastrados para doação de medula. “A manutenção dos estoques é fundamental, pois servimos 11 hospitais de nove cidades, então iniciativas assim são importantes, pois muitas pessoas não têm como ir até Jaú para doar. Trazemos um ônibus equipado com tudo o que é necessário para realizarmos a coleta.”
O coordenador finaliza explicando que as pessoas começam a perceber a importância de ser doador com a dimensão que essas campanhas acabam tomando. “Pouca gente sabe, mas conseguimos salvar até três vidas com apenas uma bolsa de sangue em alguns casos e precisam sempre de mais.”