Lucas Calore
O sonho da casa própria parece ter chegado ao fim para a família de Fabiano Rodrigues de Oliveira, de 35 anos. Ele, a esposa e o filho ficaram desalojados após uma liminar autorizar a demolição da sua residência, na Rua 30, no Jardim Figueira.
Área pública
Fabiano, hoje desempregado, conta que, após quase oito anos esperando o cadastro na Secretaria de Habitação ser aprovado para lhe conceder uma moradia, acabou ocupando uma área verde no bairro.
“Tomei essa atitude, pois estava cansado de esperar a burocracia. Vi vários rapazes solteiros, que não são pais de família iguais a mim, ganhar moradia”, desabafa. Então, com as economias que tinha junto à esposa, construiu a casa nas medidas das residências vizinhas.
Durante sete anos morando no local, ele conta que tentou durante todo esse tempo regularizar a situação para pagar pelo terreno e impostos, o que não aconteceu. Na manhã de segunda-feira (23), autoridades demoliram a casa.
Todos os pertences foram levados a um barracão da Prefeitura Municipal. “O pior é a humilhação, a gente lutou para conseguir deixar tudo certo. Prometeram uma outra casa para morarmos, mas depois voltaram atrás”, comenta.
Prefeitura
Segundo a Prefeitura de Rio Claro, a Justiça acatou a reintegração de posse do terreno, solicitada pelo município em 2015, pelo fato da casa ter sido construída de forma ilegal em área verde.
Questionada sobre um posicionamento a respeito de um novo lar para a família, a administração municipal não comentou.
Prefeitura diz, ainda, que invadir área pública ou qualquer outro imóvel não dá privilégios ao invasor para ser atendido no programa habitacional do município.