Carine Corrêa
Você já ouviu falar sobre desescolarização ou educação domiciliar? Do inglês homeschooling ou unschooling, esse tipo de ensino supõe que as crianças sejam ensinadas em casa, reproduzindo o modelo escolar. No lugar dos professores, os pais ou professores particulares. A sistematização do ensino acontece por apostilas e um currículo adaptado.
Quem explica melhor é um casal de Rio Claro, classe média alta, que é adepto desse tipo de ensino. Ambos solicitaram para não serem identificados, já que o assunto ainda é um tabu.
“Temos dois filhos e eles nunca foram à escola. A gente entende que aprender é um processo natural, movido pela curiosidade, pelo desejo de se integrar com o mundo. Não é do nosso interesse reproduzir a escola em casa, ditar o que deve ser aprendido, como e quando. Nossa vontade é que nossos filhos possam desenvolver seus próprios interesses, aprender no seu ritmo e da maneira que faça mais sentido para eles”, justificam.
Antes de optar pelo ensino em casa, o casal explica que foi necessário muita pesquisa para chegarem a esta decisão, buscando inclusive especialistas em educação domiciliar. “No Brasil existem muitas famílias praticando o homeschooling. Acredito que muitas vezes essa escolha é fruto do medo. Medo da influência da escola sobre seus filhos, medo do bullying, medo que a escola seja fraca academicamente e que não esteja preparando seus filhos da melhor maneira possível para o vestibular ou o mercado de trabalho”, listaram.
A escolha a este tipo de ensino, segundo eles, foi pautada principalmente na liberdade. “É claro que para isso acontecer é necessário ter muita confiança nesse processo, abrir mão da ilusão do controle, das ‘certezas’ que a escola nos dá. A gente espera que nossos meninos cresçam tendo bastante autonomia”, finalizam.