O proprietário da chácara no bairro Santa Clara onde foi encontrada a falsa viatura da Polícia Federal passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (18) no Fórum de de Rio Claro e o juiz decretou a prisão temporária por cinco dias para o andamento das investigações.
No entendimento ele tem envolvimento no caso já que durante o depoimento entrou em contradição inúmeras vezes e por mais de duas horas negou ter alugado ou emprestado a chácara para alguém. Ele mudou a versão depois já que uma das pessoas que cuida do local afirmou ter visto ele entregando as chaves na mão de um “homem gordo”. O investigado também não conta quem são essas pessoas o que levou o delegado Alexandre Socolowski a ter certeza que ele esconde informações importantes para o andamento do caso.
Falsos agentes
Quatro bandidos disfarçados de policiais federais chegaram pouco depois das 5 da manhã de terça-feira (17) no condomínio que André Godoy, vereador e presidente da Câmara Municipal de Rio Claro, mora no bairro Cidade Jardim e disseram ao porteiro que estavam em uma operação e que iriam na casa do político: “Isso passava um pouco das cinco da manhã. O porteiro não abriu de imediato, fez contato com a central de segurança cumprindo normas porém eles estavam com distintivos, armas, carro com giroflex adesivado, uma prancheta com o símbolo da polícia e meu nome escrito e faziam pressão a todo momento que não era para demorar para abrir. Autorizado pela empresa, meu porteiro abriu e neste momento foi levado junto até o meu apartamento. A campainha tocou e minha esposa como todos sabem é personal e acorda cedo. Eu ainda estava na cama. Ela abriu a porta e neste momento já recebeu um empurrão”, relata André Godoy.
A esposa do vereador assim como porteiro foram levados para o quarto. Godoy foi algemado ainda na cama e a mulher e o porteiro tiveram os braços amarrados. O parlamentar conta que achou estranho a forma da abordagem: “Sabemos que em casos de busca não existe uma ação truculenta, não é desta forma que a Polícia Federal chega mas como estavam todos fortemente armados, uniformizados, de cara limpa eu fui pego de surpresa. A todo momento me perguntavam onde estavam os sete milhões, o cofre e as joias. Confesso que até cheguei a rir por conta do valor absurdo que pediam. Reviraram o closet, os cômodos. O que tinha de valor eram cinco mil reais e algumas joias da minha esposa que eles levaram. Tomaram nossos celulares e foram embora”, relembra.
A Polícia Militar foi acionada, um boletim de ocorrência registrado e as imagens do circuito de segurança recolhidas para integrar a investigação. Outros apartamentos não foram invadidos. Por ser uma figura pública e diante de algumas informações falsas que já circulavam no início da manhã em grupos de WhatsApp e Facebook de que André Godoy teria sido alvo de uma operação da Polícia Federal, o presidente da Câmara participou do Jornal da Manhã e esclareceu: “Não preciso de sensacionalismo nem vim aqui para tal, mas por estar na política muitas pessoas já estão usando esse assalto que sofri para divulgar informações falsas. Não houve operação da Polícia Federal. O que aconteceu foi que bandidos disfarçados de policiais federais invadiram o meu apartamento e me roubaram”, enfatiza o vereador.
Poucas horas depois uma denúncia anônima levou a Polícia Militar até uma chácara no bairro Santa Clara onde a falsa viatura da Polícia Federal foi localizada. No local não havia ninguém. Os bandidos fugiram antes deixando para trás pertences pessoais.