O mês de maio chegou ao fim e novamente as chuvas ficaram abaixo da média em Santa Gertrudes. De acordo com dados do monitoramento pluviométrico da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro, o volume médio esperado para o mês é de 36 milímetros, porém, neste ano, a precipitação registrada foi de apenas 21 milímetros, volume 43% inferior ao esperado para o mês de maio.
Desde o início do ano, Santa Gertrudes tem o registro de 520 milímetros de chuva, volume 31% inferior ao registrado no ano passado, quando os cinco primeiros meses do ano acumularam 756 milímetros. É o mais baixo volume de chuvas registrado na cidade desde 2014, ano da pior crise hídrica vivenciada pela região Sudeste. Naquela ocasião o acumulado de janeiro a maio foi de 250 milímetros.
“Com a redução das chuvas, o nível do nosso manancial está abaixo do esperado para esse período do ano. E, embora o abastecimento ainda ocorra regulamente, o município, assim como toda a região, está em estado de alerta”, explica Rogério Lima, gerente de operações da BRK Ambiental em Santa Gertrudes.
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) emitiu um novo alerta, em 30 de maio, reforçando a intensificação da estiagem de 2021, que vem se apresentando bastante severa e refletindo diretamente no comportamento dos mananciais. A entidade apresenta ainda que, nos próximos meses, as chuvas historicamente começam a ocorrer em menor volume na região das Bacias PCJ, onde Santa Gertrudes está inserida, atingindo o ápice do período seco de estiagem entre os meses de agosto e setembro, com grande redução da capacidade de recuperação dos reservatórios.
Além disso, o baixo volume de chuvas reflete na quantidade de água armazenada nos reservatórios do Sistema Cantareira, que tem influência sobre as Bacias PCJ. O Cantareira opera com volumes de armazenamento abaixo do recomendado para o período. Atualmente, registra apenas 48% de volume (faixa de atenção), enquanto no mesmo período do ano passado o sistema operava com 58,4%, sendo que o recomendado seria estar com volumes próximos a 70%.
A preocupação quanto ao estresse hídrico se estende para todo o estado de São Paulo e também para os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. O Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu, em 28 de maio, um alerta inédito informando que a previsão é de que ocorram chuvas abaixo da média entre junho e setembro na Bacia do Paraná, que abrange o território paulista.
Plano de Contingência
Diante do cenário de alerta e da condição crítica de estiagem, a BRK Ambiental elaborou um plano de contingência para o enfrentamento dos períodos mais secos. As medidas vão desde alternativas técnicas como a instalação de uma nova bomba para manter a capacidade de abastecimento, a ações de do Plano de Redução de Perdas (que envolve pesquisa ativa de vazamentos invisíveis, substituição de ramais, gerenciamento das pressões, substituição de hidrômetros e fiscalização de fraudes), além de uma nova campanha de comunicação e conscientização dos gertrudenses para a redução do consumo: a campanha Jogando junto pela água.
A ação reforça a importância da mobilização dos moradores, mostrando que pequenas ações individuais podem trazer resultados coletivos. “A proposta é que cada um reflita sobre o seu consumo e pratique o uso consciente para evitar uma condição mais restritiva em relação ao recurso na cidade. Neste momento, estamos convocados – concessionária e população – para um grande time que vai jogar pelo bem-estar de todos na estiagem deste ano”, explica o gerente.
A campanha de conscientização está com divulgações em redes sociais e será expandida para mídias locais e ações de distribuição de folhetos, além do apoio dos leituristas da concessionária, que percorrerão as ruas da cidade vestindo a “camisa” do time proposto pela campanha.
“Jogando junto pela água é uma iniciativa planejada para levar esclarecimento e conscientização à população. Esperamos contar com o apoio de todos com mudanças de hábitos necessárias e de forma prioritária a partir deste mês em que, de fato, tem início a estiagem”, destaca Lima.