Com adiamento da São Silvestre, corredores organizam suas provas particulares na virada

PATRICIA PAMPLONA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

Milhares de corredores não descerão a rua da Consolação, passarão pelo coração de São Paulo no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, nem subirão a avenida Brigadeiro Luís Antônio para cruzar a linha de chegada na avenida Paulista da mais tradicional corrida de rua do Brasil, neste 31 de dezembro.
O adiamento da 96ª edição da São Silvestre para julho de 2021 não impedirá, porém, que corredores da capital paulista percorram seus 15 km.
Atleta amador, Demétrius Carvalho, 47, colocou a prova como meta desde que começou a praticar o esporte, em 2014. “Por isso neste ano vou correr assim mesmo, só que à noite, então literalmente vou virar o ano correndo”, diz.
Segundo Carvalho, conhecidos seus gostaram da ideia e resolveram participar da empreitada, que ocupará a avenida Paulista com alguns praticantes, em vez do tradicional show da virada da capital. Com a procura, Demétrius acabou organizando sua própria prova, chamada Corrida da Virada 2021, em que ele e um pequeno grupo farão o percurso da São Silvestre.
Para a festa atlética, o corredor mandou fazer camisetas e medalhas para os participantes. “Coloquei 2021 [no nome da competição] para entrar no ano com alguma positividade, ainda que deva continuar sendo um período difícil”, afirma Carvalho.
Por não ser uma corrida oficial, a hidratação e a suplementação ficam por conta de cada participante. Carvalho complementa que está em contato com o governo estadual para verificar se há algum tipo de risco aos corredores.
Outros grupos também decidiram manter a tradição, mas de outra forma. Dono da assessoria CorreBrasil, Augusto de Paula, 37, organiza todos os anos um simulado da São Silvestre, em que percorre os 15 km com seus alunos, divididos em grupos de acordo com o ritmo médio de cada um.
É esse desafio que faz Mariana Shinzato, 47, participar da pré-prova anualmente.
Praticante do esporte há oito anos, ela participou uma vez da São Silvestre, em 2017. Depois da estreia, Shinzato passou a acompanhar a prova sempre da torcida, já que, por ter muitos corredores, não é considerada ideal para quem gosta de testar performance, como é seu caso. Por isso, gosta de participar dos simulados da CorreBrasil.
Este ano, porém, o grupo e os subgrupos precisaram ser menores. “Tinha distanciamento, o maior grupo era um trio, e, quando chegaram no café da manhã, tinha álcool em gel para se higienizarem”, explica Augusto.
Mesmo com todos os protocolos, o momento serviu para encerrar um ano praticamente sem provas de corridas de rua. “Como é difícil ficar em home office, é muito bom sair um pouquinho de forma segura, encontrar algumas pessoas, deixar um pouco dessa paranoia”, completa Mariana.

Divulgação: