Com alta nos preços, trabalhadores buscam ‘bicos’ para complementar renda

Vivian Guilherme

Aumento no preço dos produtos básicos e em contas fixas faz com que trabalhadores busquem outras formas de obter renda

Os brasileiros já sentem no bolso o aumento no custo de vida. Recente pesquisa realizada pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) mostra que 81% das pessoas perceberam significativos aumentos de preços nos últimos seis meses.

Cálculos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostram que a inflação teve um salto de 0,74% em maio para 0,79% em junho, alcançando o patamar mais alto desde 1996.

Somente no primeiro trimestre de 2015 a conta de luz teve acréscimo de 36,34% e, nos últimos doze meses, passados a contar de maio, a alta chega a 60,42%. Os dados são do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística].

Com dificuldade para pagar a conta no final do mês, uma parte dos trabalhadores busca fontes alternativas de renda para complementar o salário.

O JC esteve no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) em Rio Claro e ouviu diversas histórias semelhantes de pessoas que buscam por “bicos” para conseguir saldar as dívidas no final do mês.

O diretor de Emprego e Relações do Trabalho que comanda o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) e o Banco do Povo, Sérgio Santoro, comenta que essa é uma das realidades atuais, com considerável aumento na procura por vagas de emprego.

“Atendemos por dia, em média, 250 pessoas e às segundas-feiras, dia de maior movimento, mais de 300 pessoas. Com a crise escancarada, percebe-se claramente o aumento do desemprego, o que reflete em uma maior procura de recolocação e procura por vagas. O perfil das pessoas que procuram o PAT, é de desespero”, comenta Santoro, que destaca que, no último dia 29 de junho, o PAT atendeu o maior público desde sua criação: 553 pessoas em apenas um dia.

MAIS VAGAS

Santoro afirma que, antes de assumir o PAT em março de 2015, a administração da agência oferecia em média 40 vagas por dia. “Com base nisso, lançamos uma campanha com a meta de oferecer 100 vagas por dia. E já estamos oferecendo uma média de 75 a 80 vagas diárias com o nosso setor de captação de postos, trabalhando a todo vapor em benefício do cidadão rio-clarense”, aponta o diretor.

Redação JC: