Agência Brasil
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instalada nessa quarta-feira (26) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para apurar denúncias de estupros, racismo, sexismo e trotes violentos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
A CPI foi protocolada na terça (25) pelo deputado e presidente da Comissão de Direitos Humanos da casa, Adriano Diogo (PT), com 39 assinaturas – sete a mais que o necessário. No entanto, se seguisse o trâmite normal da Alesp, a CPI poderia ser instalada somente em 2016. Um acordo entre os líderes partidários possibilitou que a comissão fosse instalada imediatamente. Três CPIs que antecederiam a dos abusos nas faculdades foram retiradas.
A CPI foi motivada principalmente por relatos trazidos por estudantes – em audiência pública feita na Assembleia pela Comissão de Direitos Humanos, no último dia 11 – de estupros, racismo, sexismo e trotes violentos ocorridos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público de São Paulo. Presente à audiência do dia 11, a promotora Paula de Figueiredo Silva, da Promotoria de Direitos Humanos, disse que já abriu inquérito civil para investigar as denúncias que recebeu sobre violências na Faculdade de Medicina da USP. “Há dois meses tomei conhecimento da situação da faculdade. Uma pessoa chegou lá. Foi um relato amplo, de uma realidade de violações constantes de direitos fundamentais das minorias. Na realidade, o que foi narrado para mim não foram violações pontuais, mas a existência de uma realidade de discriminação e exclusão das minorias, especialmente relacionada a mulheres e homossexuais”, disse ela.