Folhapress
Os criadores da série “1899”, lançada pela Netflix na última semana, se pronunciaram sobre a acusação de plágio feita pela quadrinista brasileira Mary Cagnin. Baran bo Odar e Jantje Friese, autores também de “Dark”, negam que tenham copiado a obra “Black Silence”, desenhada por ela em 2016.
O roteirista alemão usou seu Instagram para falar sobre o assunto. “Infelizmente não conhecemos a quadrinista nem o quadrinho. Nunca roubaríamos de outro artista, já que nos sentimos também como artistas. Tentamos falar com ela na esperança de que retire as acusações. A internet se tornou um lugar estranho. Por favor, mais amor em vez de ódio”, escreveu bo Dar numa publicação feita nesta segunda-feira (21).
Jantje Friese, co-criadora do seriado, também se pronunciou pelo Instagram, mas apagou a publicação pouco depois.
“Oi internet! Não posto nada há anos porque, francamente, acho que as redes sociais se tornaram tóxicas. Uma artista brasileira alegou que roubamos de sua graphic novel. Para deixar claro: nós não fizemos isso! Até ontem nem sabíamos da existência desse quadrinho. Esta é uma ideia original e não baseada em nenhum material”, escreveu.
A roteirista ainda sugere que Mary Cagnin estaria tentando surfar na polêmica para vender mais quadrinhos.
Mary Cagnin usou seu perfil no Twitter neste domingo (20) para dizer quais elementos da série seriam supostamente iguais aos do seu quadrinho.
“Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas”, escreveu Cagnin.
Cagnin já fez ilustrações para a editora Abril e Globo. “1889”, dos mesmos criadores de “Dark” -Baran bo Odar e Jantje Friese- conta a história, em oito episódios, de um navio de imigrantes europeus que partem rumo aos Estados Unidos, sonhando com melhores condições de vida.
Cagnin ofereceu uma hipótese para o modo como os produtores de “1899” conheceram o seu trabalho. Ela relatou que, em 2017, foi convidada para participar da Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia. Nesse evento, ela participou de seminários e distribuiu o quadrinho “Black Silence” para executivos do mercado editorial, inclusive com tradução em língua inglesa.