“Foi negligência. Tiraram de mim o sorriso mais lindo”. Essas são algumas das palavras de Maria Leticia de Moura Lima, 23 anos. A moradora do Jardim das Nações, em Rio Claro, sepultou neste final de semana a filha Ana Beatriz Lima dos Santos, de apenas dois anos e 10 meses. A menina chegou a passar por dois atendimentos na UPA da 29 mas foi liberada para voltar para casa. Na terceira vez que a mãe buscou ajuda foi tarde demais.
“No dia 1º de abril levei minha filha até a UPA da 29 pois ela apresentava sintomas de gripe, dor de ouvido, vômitos e dor na barriga. A médica que a atendeu passou alguns remédios para essa gripe e liberou. No dia seguinte e no outro eu segui com a medicação receitada mas minha filha ainda reclamava de dores, estava com diarreia e pouco se alimentava. No dia 4 de abril novamente fomos até a UPA da 29 e a minha filha estava apresentando um quadro de respiração fraca e ofegante. Novamente ela foi avaliada, receitado remédio e liberada sem exames. No dia 5 de abril a minha filha mal conseguia abrir o olho, tinha dificuldades para falar e novamente, na 3ª vez na semana, procuramos auxílio na UPA da 29. Vendo a gravidade do caso desta vez encaminharam ela para a Unidade de Urgência e Emergência Nossa Senhora de Lourdes. Lá me informaram que ela estava com pneumonia e que a situação era gravíssima e que ela precisaria ser entubada. Inclusive me passaram que ela estava com uma infecção gravíssima no ouvido e que o pus foi para o pulmão. Isso porque no primeiro dia do atendimento dela eu falei da dor de ouvido e nenhuma medicação específica foi dada. Nas horas seguintes minha filha teve uma sequência de paradas cardíacas e morreu”, recorda a mãe.
Ainda em choque a mãe busca agora por respostas e quer Justiça em relação ao caso: “Quero que esses médicos sejam responsabilizados. Minha filha não era para estar morta. Não fizeram os procedimentos corretos. Eu perdi o meu sorriso mais lindo”, lamenta.
O que diz a Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro
Confira a nota na íntegra: “A Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro afirmou que recebeu com tristeza a notícia do falecimento da menina Ana Beatriz e imediatamente determinou a abertura de sindicância para avaliar as circunstâncias do óbito. A empresa terceirizada responsável pelo atendimento foi notificada, afastou preventivamente o médico das atividades e abriu processo administrativo interno para apurações. A Fundação Municipal de Saúde se solidariza com a família neste momento de dor, tenta contato com a família e está à disposição para prestar o apoio necessário. A Fundação Municipal de Saúde repudia o uso desta fatalidade para fins políticos”.