Crise já atinge empresas do setor cerâmico de revestimentos na região

Laura Tesseti

A crise pela qual o país passa não deixa impune as indústrias da região, principalmente as cerâmicas de pisos e revestimentos. O setor cerâmico de revestimentos congrega 22 indústrias instaladas em sete municípios, entre Rio Claro, Santa Gertrudes, Cordeirópolis, Iracemápolis, Ipeúna, Limeira e Piracicaba.

Segundo a Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento, o número de empregos diretos gerados pelo setor é de cerca de 13 mil e indiretos em torno de 130 mil, contando trabalhadores da atividade extrativa mineral, fabricação de insumos, transporte de argila e produtos acabados, vendedores na rede de varejo, instaladores de pisos, além de pessoas ocupadas em outras funções dentro da cadeia produtiva na área.

Algumas indústrias do ramo já estão dando férias coletivas aos funcionários para que consigam adequar melhor os estoques

Para Benjamin Ferreira Neto, presidente da Aspacer e do Sincer, o setor cerâmico de revestimento, a exemplo de outros mercados, também sofre reflexos negativos relacionados com a crise instalada no país. “De acordo com dados da inteligência de mercado, as vendas de revestimentos cerâmicos devem fechar o ano com retração de 1%, havendo ainda possibilidade de piora nesse índice. O setor da construção civil como um todo deve ter um recuo de 5% nas vendas agora em 2015”, fala.

Neto explica que, apesar da conjuntura atual ser negativa, a Aspacer vê perspectivas favoráveis a médio e longo prazos para o setor, caso seja possível ser aplicado um plano de ajuste por parte do governo federal com cortes robustos, principalmente no custeio da máquina pública. “A expectativa de retomada do crescimento para 2016 já corre risco, com indicativos de piora econômica para o ano que vem. Com o desemprego em alta e restrições ao crédito, somados a outros fatores como a elevada taxa de juros, o empresariado fica inibido pelo alto risco sobre a rentabilidade de novos investimentos.”

A Associação fala que já identificou um movimento de paralisação de fornos, situação que deve se agravar a curto prazo. Algumas indústrias concederam ou concederão férias coletivas, para que haja adequação dos estoques, que estão altos, sem prejuízo ao emprego dos trabalhadores. “No entanto, se a economia não voltar a crescer, será difícil manter por um tempo médio essas ações que visam não gerar desemprego”, finalizou o presidente.

Fabiola Cunha: