O candidato a prefeito de Rio Claro, Delegado Nivaldo (PDT), e outros seis candidatos a vereador do município receberam Auxílio Emergencial mesmo tendo declarado patrimônio de bens entre R$ 300 mil e R$ 1,8 milhão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os apontamentos são relativos aos pagamentos do benefício entre os meses de abril a julho deste ano.
A informação é do Tribunal de Contas da União (TCU) que, após decisão do ministro Bruno Dantas, tornou pública a lista em que aponta milhares de candidatos a prefeito(a) e vereador(a) em todo o Brasil que também foram identificados em casos que, segundo o TCU, demonstram potenciais integrantes do rol de inclusões indevidas do benefício, uma vez que os indícios apontam renda incompatível com as regras do programa.
Nivaldo, que é o candidato a prefeito com maior patrimônio, conforme o JC divulgou anteriormente em mais de R$ 1,8 milhão – sendo duas residências nos valores de R$ 800 mil e R$ 900 mil em Rio Grande do Norte e veículos – recebeu R$ 1.200,00 em Auxílio Emergencial através de solicitação no aplicativo da Caixa e teve o benefício bloqueado após decisão do TCU.
Já os demais candidatos a vereador são:
Alex Sander Carminatti (Podemos), que declarou R$ 372 mil [uma casa, dois carros e uma moto] e recebeu R$ 1.200,00;
Jander Everton Teixeira (Podemos), que declarou bens de R$ 344 mil [uma casa, uma moto e uma caminhonete] e recebeu R$ 1.200,00;
Moisés Menezes Marques (Progressistas), que declarou quase R$ 402 mil [terrenos e um carro] em bens e recebeu no período citado R$ 1.200,00.
Vanildo de Souza Silva (PSC) declarou R$ 352 mil [lanchonete, carro e moto] e recebeu R$ 1.800,00 de Auxílio Emergencial;
Onésimo Malafaia (PTB), que declarou quase R$ 508 mil [dois carros e dois imóveis] e recebeu R$ 600,00.
Todos também pediram através do aplicativo e tiveram o benefício bloqueado após o Tribunal de Contas da União determinar.
Por fim, Wesley Rodrigo do Nascimento (PSB), que declarou R$ 306 mil [imóvel, ações e moto] e recebeu R$ 1.200,00, teve o bloqueio do Auxílio antes da decisão do TCU.
O QUE DIZEM OS CANDIDATOS
Alex Sander Carminatti (Podemos) informou que por ser músico e ter paralisado agenda de shows nos bares e restaurantes durante a pandemia precisou solicitar o Auxílio para manter as contas em dia no período dos últimos meses.
Vanildo de Souza Silva (PSC) que é comerciante, também justificou a queda de renda nas vendas de lanches para pedir o benefício. “Eu quase baixei as portas do comércio pelo prejuízo na pandemia, se eu não pegasse o Auxílio eu não pagaria o aluguel da minha casa. Não recebi dinheiro nenhum de campanha do Fundão, estou lutando para trabalhar. Eu estou lutando por algo justo pro povo. Não tenho casa própria e pago aluguel”, disse, afirmando que o valor declarado à Justiça Eleitoral é referente ao seu carrinho de lanches e um carro.
Wesley Rodrigo do Nascimento (PSB) também citou o prejuízo na pandemia, pois é autônomo de vendas e durante os últimos meses ele ficou sem rendimento, daí a necessidade de entrar com o pedido de Auxílio Emergencial.
Onésimo Malafaia (PTB), que é advogado, afirmou que com o Fórum fechado durante a pandemia ficou sem rendimento.
Jander Teixeira (Podemos) é autônomo e diz que estava sem trabalho no período, por isso solicitou o benefício.
Moises Marques (Progressistas), motorista de van, afirma que estava sem renda pela paralisação das escolas e precisou do Auxílio. “A nossa categoria ficou completamente sem nenhuma ajuda durante a pandemia. Fomos prejudicados e esquecidos. Não tivemos ajuda governamental para a classe até hoje, sentimos muita dificuldade. Por isso precisei o Auxílio Emergencial. Sempre declarei meus bens que são frutos do meu trabalho, que é o correto”, afirmou.
Delegado Nivaldo (PDT) – “Meu filho ficou desempregado, pleiteou o Auxílio pela conta dele e foi negado. Assim, tentou pelo meu CPF e conseguiu. Assim como inúmeras pessoas tentaram e não conseguiram”, justificou o Delegado Nivaldo a respeito de ter recebido o Auxílio Emergencial.