Wagner Gonçalves
Tema de discussão de uma novela do horário nobre, o diagnóstico da esclerose múltipla tende a ser abordado no desenrolar da trama. A patologia acomete cerca de dois milhões e meio de indivíduos, com uma proporção de 18 pessoas para cada 100 mil, no Brasil, de acordo com dados fornecidos pelo chefe e fundador do Laboratório de Patologia Neuromuscular, doutor Beny Schmidt.
Por definição, a esclerose múltipla é doença inflamatória autoimune que atinge especificamente o sistema nervoso central. Caracterizada pela inflamação dos prolongamentos dos neurônios, a esclerose tende a destruir o revestimento chamado mielina. “O seu principal tipo é recorrente-renitente, caracterizado por surtos de mais de 24 horas, sem febre ou inflamação, com intervalos de 30 dias”, explica.
Os sintomas são variáveis, porque os focos da desmielinização podem acontecer em qualquer lugar do sistema nervoso central. “Diria que o mais frequente sintoma é a fraqueza muscular”, diz o médico, ressaltando que identificação da doença se dá por exame clínico neurológico e laboratoriais, sendo importantes os de liquor e ressonâncias magnéticas.
O perfil de pessoas com esclerose múltipla no nosso país, conforme disse o neurologista muscular, é igual aos perfis em outros países, ou seja, os que apresentam depressão, melancolia e falta de alegria de viver. Por isso, paralelamente às medicações, Dr. Schmidt acredita que deva ser trabalhada a parte emocional destes pacientes. “Trabalhando com reabilitação há tantos anos, temos enorme sucesso na maioria dos casos, sobretudo devolvendo o prazer de viver a essas pessoas”, disse.
Em Rio Claro, todas as unidades de saúde atendem pacientes e fazem o encaminhamento necessário para o adequado tratamento e assistência, conforme informou a prefeitura.
Dependendo da situação, o paciente é encaminhado para tratamento com especialistas de outros municípios. Alguns medicamentos são fornecidos, dependendo da prescrição. A Fundação Municipal de Saúde também dispõe do Centro de Especialidades e Apoio Diagnóstico (Cead), com profissionais médicos em diversas áreas que acompanham esse quadro clínico quando do encaminhamento por parte das unidades.
Outra equipe da Fundação de Saúde é a do SAD – Serviço de Atendimento Domiciliar, que atende nas residências a todos os pacientes sem condições de locomoção.