Wagner Gonçalves
Na última semana, o Jornal Cidade publicou uma matéria abordando a questão das imprudências no trânsito feitas por ciclistas no município de Rio Claro. No entanto, as dificuldades e afronta à segurança são potencializadas para os que se utilizam da bicicleta como meio de transporte, atividade física ou mesmo apenas como diversão.
Conforme informado, de janeiro a junho, o município contabilizou 91 acidentes no trânsito envolvendo ciclistas, um dado alarmante para uma cidade que conta com 28 quilômetros de áreas exclusivas para bicicletas. Seria somente responsabilidade dos ciclistas para evitá-los?
De acordo com Elvis Esteter, da equipie Polo Olímpico – Sest/Senat, o risco à segurança se dá principalmente por uma questão de falta de hábito de ambos, tanto de alguns ciclistas, que desconhecem a legislação de trânsito, como de motoristas habilitados, que não têm impetrado tal costume de considerá-los como parte do trânsito.
“Falta a cultura de motoristas que, em muitos casos, se consideram maiores e acreditam poder tomar o espaço todo”, disse Esteter ao destacar que, mesmo que os motoristas tenham a carteira de habilitação, falta a conscientização sobre o respeito mútuo, que poderia ser feita de maneira didática nas formações dos condutores.
“Motoristas que não sinalizam com seta, motos que trafegam entre os carros atentam contra a segurança de pedestres e ciclistas”, frisou, mencionando que a Avenida Visconde do Rio Claro é um dos locais mais perigosos, que já foi cenário, inclusive, de acidente de um dos integrantes da equipe.
Na Rua 1 há uma ciclofaixa que perpassa toda a via. No trecho que fica dois quarteirões antes da Estação, no cruzamento que leva ao Shopping, o perigo também é constante. Manobras feitas por veículos particulares e de transporte coletivo tendem a assustar os que por ali passam.
O simples ato de atravessar a rua torna-se uma prova de sobrevivência, conforme conta o comerciante Rubens Volpe Ribeiro: “a maior parte dos que vêm da rua 1 não respeitam a sinalização e os mais prejudicados são os pedestres e ciclistas”, disse.
“É preciso modificar o pensamento dos condutores, conscientizá-los de que os que estão sobre a bicicleta podem ser um ente da família”, retomou Esteter.