Este domingo (10), Dia das Mães, amanheceu com sabor de gratidão para a rio-clarense Sheila Wetten Marafon, 43 anos. Em 2019 ela passou a data muito apreensiva, já que tinha acabado de receber um diagnóstico de câncer de mama: “Tudo mudou no dia 5 de fevereiro. Após o banho, passando creme, senti o nódulo. Aquilo me surpreendeu, pois apenas sete meses atrás tinha feito uma mamografia e estava tudo bem. Procurei ajuda e logo veio a notícia. Fiz questão de ir sozinha ao médico para recebê-la, a partir desse dia eu não derramei mais nenhuma lágrima e encarei o câncer. Costumo dizer que ele foi o meu professor”, relembra Sheila.
Foram seis sessões de quimioterapia, cirurgia e 30 sessões de radioterapia: “Você não pode bancar o herói com o câncer. Você precisa aceitar porque se não aceita aí ele te vence!
Eu tive o câncer mas ele nunca me teve”, diz a entrevistada que em todo esse processo teve que abrir mão de muitas coisas, mas recebeu apoios que foram fundamentais: “Sempre fui muito ativa. Me afastar do trabalho como coordenadora pedagógica da Wizard me doeu muito. Então optei por ser o mais transparente possível. Fui às redes sociais contar pelo que eu estava passando. Eu achei que se eu falasse as pessoas não iam ficar tanto perguntando. Porque uma das coisas que mais incomodam uma pessoa que está em um tratamento de câncer é se as pessoas vêm com histórias negativas, com coisas para contar. Então já resolvi mostrar que eu estava encarando positivamente para receber força porque isso ajuda e foi isso que eu recebi: um carinho enorme”.
Mãe da pequena Luisa, hoje com seis anos, Sheila também não deixa de citar como a maternidade a ajudou em todo o processo: “Aí eu choro! A Luisa foi um grande alicerce pra mim. Quando recebi a notícia é claro que muitos questionamentos e medos vieram na minha cabeça e um dos principais era: será que vou ver a minha filha crescer? No Dia das Mães do ano passado eu olhava à minha volta e me perguntava: será que é o último? Mas ao mesmo tempo que isso vinha na minha mente eu já tratava logo de mudar a chave e me nutrir de carinho, abraços e bons pensamentos, e é esse o recado que eu deixo para as mulheres, mães que já passaram ou estão passando pelo tratamento: ‘Não temos como controlar o que acontece conosco, mas podemos escolher a forma como reagir’”.
Sheila passa este domingo (10) sem células malignas no corpo. Se sente como vencedora de uma batalha e segunda ela uma das mães mais felizes e gratas pela vida e pela oportunidade de ouvir da filha Luisa: “Feliz Dia das Mães!”.