Laura Tesseti
Na manhã de quinta-feira (15), os médicos Ibrahim Buttros, mastologista, e Nelson Letizio, cirurgião plástico, participaram de uma conversa sobre a importância do trabalho realizado com mulheres que descobrem o câncer de mama. “É a primeira causa de morte entre as mulheres, é o primeiro tumor da mulher e tem cura se diagnosticado no início”, explica Dr. Buttros.
O mastologista fala que é preciso discutir o assunto sem receio e sem ter medo de se falar do câncer. “Receber o diagnóstico é muito difícil, é doloroso demais para a mulher, é preciso de cuidado, mas também precisamos falar do assunto para acabar com a ideia de que um câncer descoberto é uma sentença de morte anunciada.”
Nelson Letizio cita a baixa na autoestima que a mulher sofre ao descobrir a doença. “A feminilidade da mulher está na mama. Podem ser feitas diversas intervenções no corpo, mas a mama é o que define a mulher, ela gera, amamenta, dá a vida. É completamente compreensível o terror que a notícia causa, mas a ideia da nossa equipe é tratar não a doença, mas a mulher em seu todo.”
Uma equipe especializada, composta por mastologistas, cirurgião plástico, oncologista clínico, radioterapeuta, radiologista, patologista, psicólogo e fisioterapeuta, cuida de cada caso isoladamente, dando a devida importância e tratando a mulher.
“Prezamos por cirurgias menos invasivas, quando detectamos um tumor, toda nossa equipe é acionada e o tratamento começa. A paciente faz quimioterapia para que o tumor reduza e, a partir disso, a cirurgia torna-se menos invasiva. Cuidamos da retirada desse tumor e, ao mesmo tempo, da reconstrução da mama”, explica Buttros.
PREVENÇÃO
Os médicos orientam que mulheres a partir dos 40 anos devem fazer a mamografia a cada 12 meses “A evidenciação precoce do tumor é fundamental para que obtenhamos sucesso na cura. Um câncer de mama com diagnóstico precoce possui chances de cura de 98%”, fala o mastologista. O médico ainda explica que, em situações em que existe histórico de câncer de mama na família, entre avós, mãe e tias, é preciso que a mulher faça os exames regularmente e siga as orientações e rotina do especialista que a acompanha.
MAMOGRAFIA E AUTOEXAME
Um não funciona sem o outro. “É preciso fazer o autoexame e a mamografia, esses exames trabalham juntos. Podemos descobrir tumores realizando os dois tipos de exame. E o período indicado para a realização do autoexame é sempre pós-menstrual”, orienta Buttros.
FOCO NA PACIENTE
O foco é na paciente. “Não é uma mama, é uma mulher, uma pessoa que precisa ser operada. Nossa intenção é deixar a pessoa melhor, dar tranquilidade e fazer com que essa mulher retome sua vida com mais entusiamo e vontade de viver, dando a ela um tratamento diferenciado e prezando pela pessoa que existe além da doença. Nosso intuito é tratar a pessoa, não apenas um tumor”, ressalta Letizio.
Olhar cada situação de uma maneira diferente faz com que cada caso seja tratado de maneira isolada por todos os profissionais que integram a equipe. “No momento em que diagnosticamos o câncer, encaminhamos a mulher para nossos profissionais e damos todo respaldo necessário e garantimos que o melhor será feito.”
Letizio elogia o trabalho do companheiro e fala que Ibrahim possui uma maneira de ver a situação que faz toda diferença no tratamento aplicado.
RADIAÇÃO
Sobre os riscos da mamografia, colocados em pauta há algum tempo, os médicos derrubam por terra. “A exposição é pequena. Não existem casos que comprovem que o exame ofereça risco à tireoide. As mulheres não devem temer o exame, pelo contrário, é preciso que o façam para que, caso algum problema seja detectado, o caso receba todos os cuidados necessários e caminhe prontamente para a cura”, finalizou Dr. Buttros.