Carine Corrêa
Numa espécie de ataque de fúria, um homem de 33 anos matou o cachorro de sua irmã nessa segunda-feira (15) em uma residência localizada na Avenida 20-A, do bairro Bela Vista. A mulher está em choque com o ‘surto’ do irmão.
Ela preferiu não se identificar, mas contou os detalhes. “Eu cheguei em casa por volta das 16h. Ele estava sem roupa, jogando água na sala”, comentou ainda muito abalada. Ela tem 12 cachorros e trabalha em um canil. Um dos cachorros era Nina, que tinha 7 anos. Ela divide a casa com irmão há cerca de três anos. A mulher conta que o vizinho acionou a polícia depois de ouvir barulho na casa.
Percebendo que o homem estava destruindo objetos, ele ligou para a PM. A reportagem esteve no imóvel e havia muito sangue no chão, não só do cachorro, mas também do agressor. “Ele quebrou tudo e bateu a cabeça nos vidros da janela. Há muito tempo vem apresentando um comportamento agressivo. Não sabemos mais o que fazer com ele, precisa urgente de ajuda”, desabafa a outra irmã.
Pouco depois de ser acionada, a PM chegou à residência. Lá encontraram o homem, agressivo, e aparentando “estar sob efeito de drogas”, conforme detalhou via seção de comunicação. “Ele estava agressivo, impedindo o acesso dos demais familiares ao interior da residência. Ao entrarem, os policiais localizaram o homem que começou a agredir um de seus familiares”, acrescenta o setor policial. No quarto do rapaz foram encontradas 20 porções de crack e R$ 37, além do cachorro morto com cortes no corpo. Ele foi encaminhado ao presídio em Itirapina.
Problemático
As duas irmãs receberam a reportagem do JC nessa terça-feira (16) na residência em que ocorreu o ataque de fúria do rapaz. Elas contam que o comportamento agressivo começou em meados de 2005, quando sofreu um acidente grave de moto.
“Ele sofreu o acidente aqui no bairro Bela Vista mesmo. Na época, a médica que o atendeu disse que ou ele morreria, ou ficaria tetraplégico. As pessoas comentam que somente depois disso que ele ficou agressivo. Na verdade, antes ele já estava estranho. O acidente talvez possa ter desencadeado esse comportamento”, comenta a irmã do rapaz. A família já tentou por diversas vezes ajudá-lo, mas ele se recusa a aceitar qualquer tipo de ajuda médica ou internação.
“Ele já se desentendeu com o meu pai e o agrediu. Na ocasião, a polícia foi chamada. Ele já foi para o Caps e permaneceu internado no Bezerra de Menezes. Também ficou internado em uma clínica particular, mas não temos condições financeiras para interná-lo novamente.” A família aceita qualquer tipo de ajuda. O contato pode ser feito pelos telefones (19) 99430-5329, (19) 99129-0376 e (19) 3534-7034.
Sobre o crime contra o animal, a OAB encaminhou a seguinte nota: “O animal foi cruelmente sacrificado, e elaboraremos um boletim de ocorrência apartado, se necessário”, disse o advogado Mauro Cerri Neto, presidente da Comissão de Direitos Animais.