Eleitores e candidato são presos nos estados por boca de urna e tumulto

Foto Ilustrativa

Folhapress

Eleitores e até mesmo um candidato foram presos neste domingo (2) nas capitais e cidades do interior do país por suspeita de boca de urna, agressões e tumulto nos locais de votação.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública registrou 245 prisões por supostos crimes eleitorais neste domingo (2). O número é sete vezes maior que os 34 casos observados entre os dias 26 de setembro e 1º de outubro, quando começou a Operação Eleições.

No total, já foram registradas 786 ocorrências. Desse total, 272 casos foram por boca de urna, 51 por compra de voto e corrupção eleitoral e 39 por tentativa de violar o sigilo do votos.

Os dados do Ministério da Justiça são de todas as forças de segurança que atuaram para garantir a segurança dos cidadãos, dos eleitores e das pessoas que trabalharam durante o pleito.

Houve também a apreensão de R$ 114,5 mil em dinheiro e de dez armas, sendo quatro no Paraná, duas no Amazonas e as demais no Maranhão, em Minas Gerais, em Goiás e no Rio Grande do Norte.

No Acre, o candidato a deputado estadual Francineudo Costa (União Brasil), foi preso pela Polícia Federal, acusado pelo crime de compra de votos. Ele foi flagrado portando R$ 2.300 em espécie próximo a uma sessão eleitoral em Rio Branco.

Ele foi conduzido a Superintendência da PF na capital do Acre para prestar depoimento e continua preso, segundo a instituição.

Em Salvador, um homem foi preso sob acusação de agredir eleitores em uma seção eleitoral em uma faculdade particular no bairro do Stiep. Ele foi levado por policiais militares e saiu da faculdade sob vaias e gritos de “racista” dos demais eleitores. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

No Rio Grande do Sul, até 16h, 39 pessoas haviam sido presas, a maior parte por boca de urna. Houve também um caso de lesão corporal (um eleitor feriu superficialmente um policial militar com uma faca, em Cerro Grande) e dois casos de desordem, de eleitores que estavam tumultuando as filas das votações com discussões.

Em Cuiabá, um homem de 60 anos foi preso com R$ 11,3 mil em cédulas de R$ 50. Segundo a polícia, ele admitiu que estava distribuindo dinheiro para eleitores. Em seu carro, encontraram uma com nomes e dados de pessoas, com santinhos de um candidato a deputado estadual.

Um homem também foi detido por causar confusão em uma seção eleitoral. Alterado e gritando, o jovem de 24 anos, se dizia eleitor de Ciro Gomes (PDT). A polícia foi acionada e ele, detido.

No Maranhão, a Polícia Militar relatou a prisão de nove pessoas por boca de urna e compra de votos no interior. As prisões começaram ainda de madrugada em Chapadinha, distante 200 quilômetros de São Luís.

A Polícia Militar recolheu uma arma de fogo municiada em Codó, no Maranhão, com um homem. Ela estava sem a documentação necessária. O homem que estava armado e mais duas pessoas abordadas foram encaminhados para a delegacia da cidade.

A equipe encontrou ainda diversos materiais de campanha, como santinhos, cartazes e adesivos de um candidato.

Três suspeitos foram presos entre as 4h e 6h30, com notas de R$ 50 em envelopes com nomes de eleitores e um caminhão frigorífico com pescado que supostamente seria distribuído a eleitores maranhenses. Houve outra prisão em Cajari e o acusado estava em um carro da Prefeitura da cidade.

Outras cinco pessoas foram presas em Imperatriz, São Pedro da Água Branca e Vitória do Mearim por fazer boca de urna. Todos foram ouvidos e postos em liberdade depois do registro de Termo Circunstanciado de Ocorrência.

No Ceará, duas pessoas foram presas em flagrante por propaganda eleitoral, com apreensão em dinheiro de R$ 18.126, dois telefones celulares, vale combustível, papéis e anotações diversas e material de propaganda eleitoral.

FOTO DA URNA

Uma mulher de 45 anos foi presa em flagrante neste domingo (2) após ter tirado duas fotos de uma urna eletrônica em Macapá, capital no Amapá.

De acordo com a Polícia Federal, ela teria feito imagens dos candidatos a deputado estadual e à presidente da República. A Polícia Militar foi acionada pelo presidente da seção, que funciona em uma escola municipal, que conduziu a mulher até a delegacia da Polícia Federal.

Ela, que atua como autônoma, responderá pelo crime de violar o sigilo do voto. A pena pode variar de seis a dois anos de prisão.

MURRO NA URNA

Em Cajazeiras, sertão da Paraíba, um eleitor do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso após dar murros na urna no momento da votação.

De acordo com a PM, o eleitor disse que estava digitando o número do candidato e aparecendo a foto de outro e por isso, teria perdido o controle.

A assessoria da Polícia Militar da Paraíba informou que, até as 15h, 17 prisões tinham sido realizadas relativas às eleições.

OUTROS CASOS

Em Minas Gerais, na cidade de Piranga, localizada a cerca de 170 quilômetros de Belo Horizonte, o Prefeito Luís Helvécio Silva Araújo (PMN) foi preso, suspeito de realizar propaganda eleitoral irregular nas redes sociais.

Uma mulher foi presa, em Brasília, após tentar fotografar a urna eletrônica durante a votação. O caso ocorreu na Escola Classe 115, localizada no Recanto das Emas, a cerca de 30 quilômetros da Esplanada dos Ministérios.

Também foram registrados casos de violência durante a realização das eleições. Em Goiânia, um homem foi preso suspeito de quebrar uma urna eletrônica. A ação foi filmada por outros eleitores, e a Polícia Federal abriu uma ocorrência contra o suspeito.

Em São Paulo, dois policiais militares foram baleados enquanto trabalhavam na Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, em Cidade Dutra, na zona sul da capital Paulista. O autor dos disparos fugiu e o estado de saúde dos policiais não foi informado.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que está tudo correndo dentro da normalidade.

“Está funcionando bem. Acho que pela primeira vez a gente consegue estar com os dados compilados de todas as unidades da federação, de todas as forças, da PF, PRF. A gente consegue juntar isso num centro para as pessoas terem os dados consolidados”, disse.

A declaração foi dada durante a visita no CICCN (Centro Integrado de Comando e Controle Nacional), em Brasília, coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O CICCN faz o monitoramento do trabalho dos agentes de segurança pública de todo o país para garantir a segurança do cidadão, eleitores e servidores da Justiça em locais de votação e de apuração de votos, ruas e estações de transporte.

O efetivo está atuando em possíveis atos de violência e crimes eleitorais com boca de urna, transporte ilegal de eleitores, compras de votos, e propaganda irregular. Nos estados, as ações são coordenadas dos Centros Integrados de Comando e Controle Estadual.

Redação JC: