Fabíola Cunha
Lançado em 2011, o Ciência Sem Fronteiras tem como meta a concessão de 101 mil bolsas. Até o final de junho de 2014, foram concedidas 83 mil bolsas em todas as modalidades. Para participar, os estudantes devem ter nota global igual ou superior a 600 no Exame Nacional do Ensino Médio, em qualquer edição a partir de 2009. É preciso ter concluído o mínimo de 20% e máximo de 90% do currículo previsto para o curso.
O aluno deve apresentar teste de proficiência no idioma aceito pela instituição de destino. Além disso, é preciso a homologação da inscrição pela instituição de educação superior de origem. O candidato precisa estar cursando uma das áreas contempladas pelo programa: ciências exatas, matemática, química e biologia, engenharias, áreas tecnológicas e da saúde.
Estudante de Gestão Ambiental da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) em Piracicaba, Pedro Dias foi para a França em junho deste ano para estudar na Montpellier SupAgro, na cidade de Montpellier, sul do país. Ele conta que, entre o início do processo seletivo, a aprovação e a viagem, foram 11 meses. Ele deve permanecer no exterior até agosto de 2015.
A princípio, ele foi aprovado para duas conceituadas universidades norueguesas, mas enquanto cumpria os requisitos ele também recebeu a aprovação para duas instituições de ensino francesas, dentro de outro programa similar ao Sem Fronteiras, o Brafagri, que também utiliza o sistema da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A diferença fica por conta da facilidade: “No Ciências sem Fronteiras, a burocracia é menor, pois o encaixe em uma universidade estrangeira fica por conta da administração do programa, que negocia a candidatura do aluno diretamente com as relações internacionais da universidade estrangeira”, explica. Pelo Brafagri, sua orientadora fez a submissão do pedido às universidades francesas.
Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, EUA, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Reino Unido e Suécia são os países que atualmente recebem alunos.
Desde o início, US$ 3,2 bilhões foram investidos no programa. Os selecionados recebem mensalidade na moeda local, auxílio-instalação, seguro-saúde, auxílio-deslocamento e auxílio-material didático para compra de computadores.