Antonio Archangelo/Coluna PolítiKa
A Embaixada Americana no Brasil comentou, nessa semana, a reportagem publicada pelo Jornal Cidade, Jornal Regional e divulgada pela rede de filiados da Associação Paulista de Jornais (APJ) referente aos telegramas confidenciais do governo americano com informações privilegiadas de cidades paulistas em plena ditadura militar, reveladas no site do Wikileaks Public Library of US Diplomacy (PlusD).
Em nota oficial, a embaixada alega que “temos a política de não comentar documentos que dizem conter informação confidencial ou sensível”, pontua. “Não podemos falar sobre a autenticidade de qualquer documento distribuído à imprensa, mas podemos falar da prática diplomática de escrever telegramas. Telegramas refletem as análises cotidianas e as avaliações francas que embasam os debates sobre as relações exteriores de governos”, concluiu a nota.
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Classificados originalmente como “Limited Oficcial Use”, e revisados em 30 de junho de 2005, os telegramas ao governo americano elencam municípios paulistas que deveriam receber indústrias americanas e outros que deveriam ser excluídos da área de abrangência da organização.
Em um dos telegramas, emitido no dia 7 de fevereiro de 1974, supostamente pelo Consulado Geral evidência suposto impasse na adoção de nova metodologia de inclusão e exclusão de municípios paulistas para “direcionamento de grandes investimentos norte-americanos”.
Na região de Campinas, os americanos consideravam que os “três corredores industrializados que se estendiam para o norte e oeste, com crescimento substancial nos últimos cinco anos, incluindo grandes plantas fabris” auxiliavam na tomada de decisão para que as cidades de Paulínia, Sumaré, Nova Odessa, Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Piracicaba, Iracemápolis, Limeira, Cordeirópolis, Santa Gertrudes, Rio Claro, Mogi Mirim e Mogi Guaçu fossem excluídas da lista de abrangência da Overseas Private Investiment Corporation (OPIC).