Um dos setores mais atingidos pela crise econômica que o país enfrentou nos últimos anos, a indústria da construção começou a mostrar sinais de recuperação, com crescimento do crédito imobiliário, retração no número de demissões e novos lançamentos previstos. Um estudo da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) aponta que desde 2012 a confiança dos empresários do setor no país não era tão animadora. Quem também fez uma projeção favorável foi a Fundação Getulio Vargas (FGV), que estima que a produção de materiais deverá ter crescimento anual médio em torno de 5% entre este ano e 2022. De olho nestes números estão dois empresários do Rio de Janeiro que, indo ao encontro da necessidade e anseios da construção civil, desenvolveram um produto novo no mercado com o objeto de agilizar processos de construção aliados a duas vantagens que todo o brasileiro quer: redução de custos e durabilidade.
O mercado atual
É fato que paredes com blocos cerâmicos duram séculos, porém os custos da utilização deste material somados ao tempo empregado na mão de obra encareceram o processo. A alternativa encontrada até então foi a substituição por frágeis paredes formadas com painéis de gesso cartonado, necessitando do uso de isolantes termoacústicos e revestimentos de proteção à água e fogo. O processo deu agilidade e barateou as construções, mas deixou a desejar na percepção e no efetivo conforto e segurança.
O tijolo do século XXI
Este produto inovador é uma placa de cerâmica (1,80m x 1,20m x 12mm) fácil de aplicar. Esse material foi desenvolvido recebendo o nome de Vikaflex. É um produto voltado para um mercado ainda inexplorado pelos fabricantes de cerâmica. Ele pesa 22 quilos e substitui 80 tijolos de seis furos, o que equivale a duas horas de mão de obra de um pedreiro. Feito de uma levíssima e resistente espuma cerâmica, substitui as frágeis placas de gesso com processo construtivo idêntico. As placas cerâmicas são fixadas aos perfis de alumínio também com parafusos auto atarrachantes.
Matéria-prima
O XISTO BETUMINOSO é um mineral abundante no Brasil, possuindo a 2ª maior reserva do mundo distribuída de norte a sul do país. Em termos simples é um aglomerado argiloso/mineral impregnado de óleo, fonte de energia conhecida e explorada há muitos anos. A jazida de Candiota na Bahia abasteceu a iluminação pública de Salvador nos séculos XIX e XX, e a jazida de Irati, no sul do Paraná, foi utilizada como fonte de combustível para veículos durante a 2ª guerra. Desde princípios dos anos 70, a Petrobras mantém um complexo industrial na cidade de São Mateus do Sul (PR) extraindo cerca de 4.000 barris de óleo/dia. O processamento diário desse xisto gera 6.000 toneladas de rejeitos. São esses rejeitos, processados para extração do óleo ainda remanescente, que se transformam em uma argila, em seu todo idêntica às que são utilizadas na indústria cerâmica, possuindo uma propriedade extra de expandir-se quando aquecidas, e que são utilizados na fabricação do Vikaflex.
Lote pioneiro
A fabricação e venda são apenas questão de tempo. Após anos de pesquisas até chegarem ao produto inovador, os empresários Marcus Vinicius de A. Fonseca e Carlos Fernando Carvalho Motta buscam aqui no interior paulista parcerias para produzir o lote pioneiro.
“Nosso objetivo é passar esse material em uma linha de cerâmica contínua. Sabemos do potencial que tem a região e principalmente Santa Gertrudes”, afirma o engenheiro químico e inventor Marcus Vinicius de A. Fonseca.
“Seria uma parceria para produzir o lote pioneiro de placas nas dimensões que já existem nessa indústria para conseguir uma quantidade significativa. É importante ressaltar que o custo é equivalente a um revestimento cerâmico, retirando a parte da esmaltação”, diz o sócio e engenheiro civil Carlos Fernando Carvalho Motta.
Diferenciais
O Vikaflex pode ser utilizado em paredes externas e aceita instalação de objetos pesados. É 100% reciclável e tem um baixo custo. Um material que traz o benefício da cerâmica e a agilidade do gesso indo ao encontro da necessidade e anseios da construção civil. Esta é a proposta que chega para revolucionar um setor que cresce em todo o país e vem ao encontro de aliar o meio ambiente à tecnologia.
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