A geração de energia é a principal responsável pelo reajuste tarifário médio de 24,42% definido, na última terça-feira (21), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a área de concessão da Elektro. Na prática, os custos com a compra e a transmissão de energia, somados aos tributos e encargos do setor elétrico, respondem por quase a totalidade do índice. A parte que cabe à Elektro representa apenas 1,48% da variação. Os novos valores passam a vigorar a partir do próximo dia 27 de agosto nos 228 municípios atendidos pela distribuidora.
Para os clientes atendidos em baixa tensão, que incluem os consumidores residenciais, o reajuste médio será de 23,20%. Já para os grandes consumidores, como indústrias e comércios de maior porte, atendidos na alta tensão, o aumento será de 26,75%.
O índice final do reajuste tarifário está sendo impactado significativamente pelos itens não controlados pela distribuidora. A compra de energia variou 56,7%, impactando 21,24% na tarifa. Já os custos de transmissão variaram 18,05%, contribuindo com 2,60% no reajuste. Os custos da distribuidora sofreram variação de 5,85%., representando apenas 1,48 % do reajuste.
Exemplos práticos do reajuste 2018
Um consumidor residencial convencional que consome 100 kWh/mês, por exemplo, terá sua conta reajustada de R$ 58,79 para R$ 72,53.
Consumo (kWh) | Conta de energia antes do Reajuste (R$) | Conta de energia após o Reajuste (R$) |
100 | 58,79 | 72,53 |
300 | 209,12 | 257,99 |
500 | 348,53 | 429,98 |
Além dos valores de tarifas fixados pela Aneel, são cobrados na conta de energia os impostos (ICMS, PIS e COFINS) e as Bandeiras Tarifárias. Conforme definido pela administração municipal, também é cobrada na conta de energia a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), tributo repassado pela Elektro diretamente para as prefeituras municipais, que são as responsáveis pelos serviços de projeto, implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação pública.
Entenda o cálculo da tarifa
No modelo brasileiro, o reajuste tarifário anual é calculado com base em dois tipos de custos: os não controlados pelas distribuidoras (compra e transmissão de energia e encargos), chamado de Parcela A; e os custos referentes aos serviços de distribuição gerenciados pelas empresas, que integram a Parcela B. Enquanto distribuidora, a Elektro compra a energia produzida pelas empresas geradoras e repassa pelo mesmo valor aos clientes. O aumento nos custos da geração de energia elétrica é resultado, entre outros fatores, do baixo nível dos reservatórios de água das usinas hidrelétricas e, consequentemente, maior utilização da energia proveniente das termelétricas, mais cara.
Composição da conta
As despesas com a compra e transmissão de energia respondem 40,73%. Os encargos setoriais e impostos têm uma participação de 40,81% nos custos. Do valor cobrado na fatura, 18,46% ficam na Elektro para cobrir os custos de operação, manutenção, administração do serviço e investimentos. Isso significa que, para uma conta de R$ 100, por exemplo, cerca de R$ 18 são destinados efetivamente à Elektro para operar e expandir todo o sistema elétrico de distribuição de energia na área de concessão.
Investimentos da Elektro
Em 2017, a Elektro investiu R$ 372,44 milhões na aplicação de novas tecnologias, construção de subestações e redes, renovação de redes e equipamentos e ligação de novos consumidores. Entre os destaques, a distribuidora colocou em operação as subestações Franco da Rocha 02 e Itanhaém 03, melhorando a confiabilidade do sistema para 26.790 clientes. Em relação aos níveis de qualidade, a empresa investiu em sistemas automação de rede (self-healing), diminuindo o tempo de possíveis interrupções, e apresentou um dos melhores indicadores do país referente à duração e frequência por unidade consumidora. A Elektro foi eleita pela 9ª vez como a melhor Distribuidora de Energia Elétrica do País pela ABRADEE- Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica. Além dessa categoria, também se destacou em: Gestão Operacional, Qualidade da Gestão, Responsabilidade Social e Econômico Financeiro.