O anúncio da concessionária Rumo, em nota ao JC do último domingo (15), de que o projeto para transferência da oficina de vagões do Centro de Rio Claro foi estabelecido fora do município, ao mesmo tempo em que o contrato de renovação da concessão não prevê especificamente a obrigatoriedade de manter a estrutura na cidade, repercutiu entre entidades do município e região, sobretudo ligadas às indústrias.
O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Rio Claro lembrou da necessidade de se atentar às representações do município no Estado e no Governo Federal, bem como sobre o futuro de funcionários. “Importante ficarmos atentos nas movimentações que estão ocorrendo e tentar antecipar ações antes que decisões sejam tomadas e, para isso, representatividade nas esferas Estadual e Federal é fundamental. Se realmente essa saída da Rumo se concretizar, será necessário esforço coletivo de toda sociedade para o redirecionamento desses trabalhadores para outras empresas de nossa cidade”, disse o diretor titular Anselmo Quinelato ao JC.
A Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer), através do presidente Valmir Carnevali, também destaca a falta de força política do município em Brasília. “Traz preocupação enorme, estamos falando de aproximadamente 200 famílias que podem perder seu emprego em momento tão delicado da economia. Essas decisões em processos de concessões federais não são tomadas do dia para noite e, certamente, se tivéssemos alguém de fato representando Rio Claro, em Brasília, teríamos grande chance desse fato não se consumar”, alertou.
Já a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer) alerta para a necessidade de mobilização social e política diante da situação. “Quando uma empresa deixa uma cidade, por qualquer motivo que seja, não são somente empregos diretos que perdemos. A partida de uma empresa como a Rumo traz consequências mais amplas, pois envolve toda uma cadeia produtiva de prestadores de serviço e compromissos fiscais”, diz Benjamin Ferreira Neto, presidente, que acrescenta: “É preciso mobilização social e política diante de um caso como este. Essa situação, infelizmente, mostra o contraste da falta de uma verdadeira representação da cidade junto à esfera Federal”, finaliza.