Rio-clarense Vitor Gabriel Souza Martins tinha 16 anos e morreu afogado em um rio na cidade de Brotas
“Meu filho foi assassinado e eu quero que a Justiça seja feita e os culpados responsabilizados. Não vou deixar que ele se torne apenas mais uma estatística”. Essa foi uma das declarações dadas por Daiane Porfirio de Santana Souza ao Jornal Cidade logo após ter sepultado o filho Vitor Gabriel Souza Martins de 16 anos.
Morador de Rio Claro, ele morreu na tarde de terça-feira (19) na cidade de Brotas enquanto participava de uma excursão organizada pela escola onde ele estudava, Eduq.
A mãe aponta uma sucessão de erros e omissões além de graves fatos que chegaram até o seu conhecimento após a tragédia com o adolescente.
“Meu filho estava morto desde o meio da tarde e somente às 17h30 me mandaram uma mensagem via Whats App dizendo que queriam falar comigo. Fui até a escola me disseram que ele estava desaparecido. Aí já começou a mentira. Somente às 20h, depois de ganharem tempo, é que eu fui informada que ele tinha morrido. Um descaso e uma total falta de respeito”, conta a mãe.
No boletim registrado como ‘Morte Suspeita’ consta que a Polícia Militar foi acionada por volta das 16h para atender a uma ocorrência de desaparecimento de um aluno do grupo escolar que realizava excursão e que por volta das 17h30 o corpo foi localizado submerso no rio e retirado pelo Corpo de Bombeiros. Neste contexto, apenas duas horas e meia depois a mãe foi informada do óbito do filho pela direção da escola.
“Já demos início às investigações e eu solicitei uma perícia complementar. No dia foi feita a perícia, mas por ter escurecido eu optei por ir novamente ao local. Vamos ouvir um dos bombeiros que retirou o adolescente do rio e a partir daí veremos as demais diligências e oitivas”, pontuou o delegado Douglas Amaral, responsável pelo caso.
A mãe conta que o filho era muito caseiro e amoroso: “Eu me pergunto porque não havia nenhum monitor, nenhum adulto, salva-vidas ou professor junto com esses adolescentes no rio”, indaga.
Daiane também esclarece outras informações que apareceram desde o afogamento do jovem: “Meu filho não era autista. Meu filho sim foi diagnosticado com Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). No ano passado teve alguns episódios de que ele estava sofrendo bullying. Neste ano ele não contou mais nada pra mim e eu acreditava que isso tinha acabado, mas após o que aconteceu já me repassaram informações de que existia até um grupo no WhatsApp que zombavam dele o chamando de ‘esquisitinho’. Também soube que lá no rio outros alunos fizeram uma aposta com o Vitor para que ele fosse até um ponto do rio. Na minha cabeça e no meu coração eu acredito que para ser aceito pelo grupo, para pararem de zombar dele, ele resolveu cumprir o desafio e morreu. Isso é muito sério e precisa ser investigado. Eu como mãe espero uma resposta e Justiça porque até agora o que eu recebi foi omissão, mentira e nenhum apoio”, finaliza.
Nota da escola
Nas redes sociais o Colégio Eduq emitiu a seguinte nota: “É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento de nosso querido aluno, Vitor Gabriel Souza Martins. Neste momento de imensa dor, queremos expressar nossos mais sinceros sentimentos e condolências a todos os familiares e amigos que tiveram a oportunidade de conviver com ele. O Eduq está colaborando plenamente com as autoridades competentes na investigação e esclarecimentos dos fatos. Estamos comprometidos em prestar todo o apoio necessário aos familiares”. A instituição de ensino permanecerá fechada nesta sexta-feira (22) e retornará as atividades na segunda-feira (25).
Nota da agência de viagens
“A Wings Agência de Viagens e Turismo lamenta profundamente o falecimento do estudante Vitor Gabriel Souza Martins durante atividades de lazer na cidade de Brotas. Em mais de quatro décadas de atividades constantes e ininterruptas, coordenando excursões pelo Brasil e pelo mundo, especialmente com adolescentes, é a primeira vez que a empresa se depara com trágico acontecimento. Permanece no aguardo da apuração dos fatos e informações a cargo das autoridades públicas. Gestores e funcionários solidarizam-se com familiares e amigos e se colocam à inteira disposição para toda assistência e apoio necessários”, comunicou.