Feena: seca aumenta risco de incêndios

Murillo Pompermayer

Descartes irregulares de lixo em bairros que margeiam a Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade são determinantes para que as chamas se iniciem e se propaguem pela área

Com a chegada da estiagem, não há apenas o temor com relação ao agravamento da crise hídrica, mas também quanto ao aumento de ocorrências de incêndio. Segundo o coordenador da Defesa Civil local, Danilo de Almeida, o período de estiagem se dá devido à ausência de chuvas. Desse modo, as temperaturas ficam altas durante o dia, enquanto que a umidade relativa do ar tende a baixar.

Em Rio Claro, as atenções se voltam para Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA). Já há tempos, este patrimônio ambiental padece por conta das chamas que, na maioria das vezes, têm início e se propagam pela irresponsabilidade de moradores que residem nos bairros que margeiam o antigo Horto Florestal.

Almeida faz menção às regiões do bairro Oreste Armando Giovanni e Vila Industrial como sendo as que registram maior incidência de incêndios. Nas imediações das dependências do local que abrigará a Cidade Judiciária, no Bela Vista, numa via de terra localizada após o Anel Viário recém-construído, é possível constatar grande quantidade de lixo formado, em sua maioria, por materiais inflamáveis, como papel e madeira. A alguns passos dali, a Floresta Estadual.

Situação bastante parecida pode ser verificada no bairro São Miguel, em via paralela à Rua 11-A. Lá, praticamente em meio aos eucaliptos que denotam o início da Floresta, significativa quantidade de lixo chama a atenção. Há, inclusive, um carrinho de supermercado repleto de materiais abrasáveis.

Na última segunda-feira (8), a FEENA, na porção que faz divisa com o bairro São Miguel, foi atingida por incêndio em ocorrência já considerada típica deste período. “As pessoas descartam lixo em locais impróprios e ateiam fogo. Isso contribui bastante para a propagação dos incêndios em torno da FEENA”, assegura o coordenador da Defesa Civil.

Situações em que a Floresta sofre com as chamas causadas pelo descarte indevido de lixo e consequente ato impensado de atear fogo aos resíduos não são infrequentes, notadamente em tempos de seca. “No ano passado ocorreram diversos incêndios na Floresta Estadual de médias proporções e que duraram mais de quatro horas no combate. Os incêndios em vegetação requerem combate direto e colocam em risco os combatentes”, afirma Almeida.

Com o desígnio de tentar evitar situações do gênero, diz que o aceiro é uma alternativa para as propriedades rurais. “As pessoas devem limpar o terreno e descartar os resíduos em locais próprios”, sugere. O munícipe, caso constate, deve denunciar à Sepladema – Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente de Rio Claro, pelo telefone 3522-1997.

Terrenos

Além da proteção à floreta, a Defesa Civil orienta os moradores de Rio Claro para evitar o hábito de atear fogo a terrenos e quintais na área urbana. Além do risco de propagação das chamas, a fumaça causa complicações respiratórias.

Redação JC: