Ednéia Silva
A crise econômica enfrentada pelo Brasil vem afetando as prefeituras. Em Rio Claro não é diferente. O pagamento dos fornecedores está atrasado desde abril, o que pode acarretar em diminuição na oferta de alguns serviços, como o transporte coletivo, a coleta de lixo e a operação do aterro sanitário.
A informação foi divulgada pelo prefeito Du Altimari (PMDB) no programa Jornal da Manhã da Rádio Excelsior Jovem Pan dessa terça-feira (6). De acordo com ele, a crise vem afetando vários municípios e não apenas Rio Claro.
Para o prefeito, é preciso rediscutir o pacto federativo existente no país. Hoje, 15% de toda a arrecadação tributária vai para os municípios, 25% para os estados e o restante, 60%, para o governo federal. Os municípios, onde se concentra a maior parte dos serviços, ficam com a menor parte da receita.
O prefeito admitiu que a falta de pagamento já está afetando alguns serviços que já tinham sido diminuídos pela redução da jornada de trabalho na administração municipal para contenção de gastos. No entanto, afirmou que pode haver diminuição na oferta, mas a qualidade será mantida.
Altimari destacou o aumento de custo em alguns setores, como a saúde, com a ampliação dos serviços. Antes Rio Claro não tinha Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência), UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), Hospital do Cervezão, Laboratório Municipal, apenas um Raio-X na Santa Casa e hoje são cinco. Tudo isso aumenta as despesas. No entanto, o prefeito garantiu que asfalto, iluminação, segurança e limpeza são prioridades.
O prefeito destaca que Rio Claro é uma cidade com bons índices, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) que ocupa a 34ª posição. Rio Claro não tem favela, tem 100% de coleta de água e esgoto e deve atingir em breve 100% de tratamento de esgoto. No caso do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o município tem nota 6,4, quando o Brasil tem meta de atingir a nota 6 em 2021.
CARNAVAL
A crise financeira não vai impedir a realização dos desfiles de Carnaval. Altimari observou que é preciso também oferecer lazer à população, por isso a prefeitura irá realizar o Carnaval e a Festa das Nações. Segundo ele, é preciso saber administrar a escassez e usar a criatividade. As festas não serão realizadas com o mesmo montante de recursos, mas serão realizadas.
ELEIÇÕES
O prefeito também fez comentários sobre as eleições. De acordo com ele, este não é o momento de discutir a sucessão eleitoral, e sim de trabalhar. Altimari observa que todo mundo pode discutir a sucessão e ter pretensões eleitorais, fato legítimo, mas é preciso discutir com o grupo e somente em 2016, visto que várias regras mudaram. “Nosso candidato será aquele que vai unir o grupo e tiver chance de ganhar a eleição. Esse é o acordo que tem que fazer”, disse.
O prefeito explica que a vontade política do grupo, composto por 10 partidos, é permanecer por mais algum tempo devido ao grande trabalho que vem sendo realizado. Para Altimari, Rio Claro é dividida em dois grupos: centro-direita e centro-esquerda, do qual seu grupo faz parte. E esse grupo, segundo ele, não é formado apenas por partidos, mas também por pessoas que defendem o mesmo posicionamento progressista que garantiu quatro vitórias nas últimas cinco eleições.
FACULDADE
Sobre a instalação do curso de medicina em Rio Claro, Altimari informou que, no próximo dia 23, será anunciado o nome da faculdade que irá oferecer a capacitação. Segundo ele, com o curso, existe a possibilidade de transformar a Santa Casa num hospital-escola, o que pode aumentar a vinda de recursos e melhorar os serviços de saúde existentes no município.
AEROPORTO
O processo está caminhando e o marco já foi instalado no área onde será construído o aeroporto, que fica a 15 quilômetros de Rio Claro, Limeira e Piracicaba. O Banco do Brasil concluiu na segunda-feira (5) a topografia do terreno, o que abre caminho para a elaboração do projeto que vai definir onde ficarão os terminais.
Para ele, o sonho do município de ter um aeroporto está próximo e com isso será possível transferir o aeroclube e fazer intervenção na área, o que pode movimentar recursos da ordem de mais de R$ 1 bilhão. Ele salientou que a manutenção de Eliseu Padilha (PMDB) no Ministério da Aviação Civil pode facilitar as próximas etapas, que incluem a desapropriação da área.