Antonio Archangelo
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/ Núcleo Piracicaba) ofereceu denúncia, no último dia 26 de janeiro, contra supostos membros de facção criminosa que atuam em Rio Claro e Santa Gertrudes, além de outras cidades da região.
O processo, que tramita na 2ª Vara Criminal e que abriu prazo para a defesa dos citados, aponta que a organização age nas cidades do interior, sobretudo na arrecadação de recursos advindos da prática de diversos crimes, dividindo o estado em áreas de atuação conforme o DDD.
Narra a denúncia que “ao menos até o dia 31 de julho de 2014, na cidade de Rio Claro e Santa Gertrudes, as pessoas a seguir qualificadas integram ou integraram organização criminosa composta por mais de quatro pessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com o objetivo de obter direta ou indiretamente vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais, cujas penas sejam superiores a quatro anos, organização que emprega armas de fogo, exercendo atividade de comando, individual ou coletivo…”.
Para qualificar os envolvidos, o Gaeco utilizou como prova planilhas apreendidas em 2014 pela Polícia Federal em cumprimento a ordem judicial em Limeira, além de arquivos digitais em posse de um dos membros da facção na cidade de Conchal com o cadastro completo “de 415 integrantes (…) de praticamente todas as cidades dos interior de São Paulo”, alega a denúncia.
“No caso dos denunciados (…), o local de moradia indica a comarca de Rio Claro como competente para o processamento dessa ação penal”, aponta.
Atuam ou atuavam em Rio Claro, pela facção, três indivíduos responsáveis pela apuração e punição de integrantes que agem em desacordo com o ‘estatuto da facção’, sendo um em “Disciplina do Interior”, além do responsável pelo “transporte de armas de fogo e drogas para os pontos de varejo e para depósitos” da organização; o integrante mais importante da facção em todo o país e que está “solto e agindo em Rio Claro”, responsável, de acordo com o documento, pelas punições e apurações de infrações ao estatuto em todo o interior do Estado e “Sintonia dos 14”, que significa liderança geral da facção e membro do “Conselho dos 36” membros mais importantes da organização criminosa; e o antigo “Sintonia dos Gravatas”, membro responsável pela contratação de advogados para realização de defesas de integrantes da facção, que também já ocupou a função de “Sintonia Geral Financeira da região 19 (cidades com DDD 19) e responsável pelo tráfico de drogas em uma região de Rio Claro.
A denúncia pede a decretação da prisão preventiva dos denunciados; expedição de mandados de busca e apreensão; fixação provisória de regime disciplinar diferenciado; decretação de sigilo da tramitação do processo. A Secretaria de Segurança Pública não comentou o caso.