Três homens foram presos preventivamente em Rio Claro, nessa terça-feira (5), durante uma megaoperação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra uma organização criminosa que praticava extorsão, corrupção passiva e concussão, entre outros crimes.

Trabalhos

A Operação Fumaça, que contou com o apoio da Polícia Militar, Corregedoria da Polícia Civil, Receita Federal e Ministério Público, movimentou as autoridades no município. Um empresário, proprietário de um estabelecimento que revende veículos multimarcas na Avenida Visconde e um advogado do município foram presos. Um terceiro envolvido que estava hospedado em um hotel da cidade também acabou preso. Durante a operação, os policiais apreenderam computadores, documentos e imagens da câmera de vigilância desse estabelecimento comercial. Três carros de luxo também foram levados pelas autoridades. Outros três mandados de prisão preventiva foram cumpridos junto a 11 mandados de busca e apreensão em Rio Claro, Piracicaba, Itu, Piraju, Avaré e São Paulo.

Ainda no município, três mandados de condução coercitiva foram cumpridos, sendo dois deles contra agentes públicos, sendo integrantes da Polícia Civil. As autoridades estiveram em duas residências em Ipeúna, no hotel e em três estabelecimentos comerciais de Rio Claro.

Entenda

Segundo informou o Gaeco, ao longo da investigação descobriu-se que a organização criminosa identificava potenciais vítimas dentre empresários que eram investigados criminalmente.

O grupo prometia que iria interceder junto a autoridades públicas do sistema de Justiça penal para resolver as pendências criminais de suas vítimas e forjava mandados de prisão e notícias sobre operações do Gaeco contra suas vítimas, prometendo que as ordens de prisão e operações seriam suspensas caso os valores exigidos fossem pagos.

Operação

Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva em face de advogados, empresários e executivos, e três mandados de condução coercitiva, dois deles contra agentes públicos da Polícia Civil.

Delegado tem condução coercitiva

O envolvimento de dois agentes públicos, integrantes da Polícia Civil de Rio Claro, chamou a atenção durante a Operação Fumaça. A reportagem entrou em contato com a Delegacia Seccional do município, no entanto o órgão não quis se pronunciar. Já a Corregedoria da Polícia Civil, por meio da Secretaria da Segurança Pública, informou ao JC que prestou apoio à operação do Gaeco e que os agentes se tratam de um delegado e um investigador da cidade. “Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de dois policiais civis. A mulher de um dos policiais também é investigada. Computadores foram apreendidos e os envolvidos, conduzidos ao Fórum para prestar depoimento”, comunicou.

OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Rio Claro) também se pronunciou em nota assinada pelo Dr. Fábio Poltronieri, presidente da Comissão de Prerrogativas. “O Estatuto da Ordem dos Advogados determina que qualquer ação que envolva o exercício profissional, como busca e apreensão e prisão, sejam acompanhadas por representante da OAB, sob pena de nulidade. Desse modo, a OAB atua verificando a legalidade dos atos e pode interceder pleiteando medidas, caso as ações extrapolem esse aspecto. No caso de prisão, o advogado tem direito a ser custodiado em sala do estado maior e, caso isso não ocorra, a OAB poderá assisti-lo”, completa.

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