Sidney Navas
Em tempos onde questões como a consciência com o meio ambiente tendem a aumentar cada vez mais, a chamada Gastronomia Responsável, surgiu recentemente por aqui, como uma grande alternativa de grandes cozinheiros que unem alguns princípios básicos de conservação ambiental no preparo de suas receitas.
A partir daí, os chefs de cozinha são estimulados a adotar práticas menos impactantes ao meio ambiente quando forem preparar um prato. Os consumidores, por sua vez, ao frequentarem esses locais, ajudam a difundir a ideia e sua rica biodiversidade mudando hábitos alimentares que trazem benefícios para todo o planeta.
No exterior, isso já é comum há tempos e no Brasil tal movimento começou há alguns anos em Curitiba, se espalhando país afora. Os princípios básicos do movimento também equilibram práticas culinárias viáveis trazendo efeitos concretos para a conservação da natureza, incentivando também de forma direta um sistema de produção e consumo ambiental de forma responsável.
Uma das regras é a utilização de ingredientes orgânicos. Isso porque a produção de orgânicos resulta em um sistema ambientalmente correto com o uso racional dos recursos naturais. Dessa forma, os alimentos são produzidos da maneira mais natural possível sem o uso de insumos químicos, como fertilizantes e pesticidas. Outro ponto a ser observado é que o produtor orgânico respeita as relações sociais e culturais não cultivando transgênicos com cuidado especial em desgastar o solo.
Outra característica diz respeito ao transporte dos alimentos que serão consumidos. Os restaurantes que fazem parte do movimento, sempre que possível utilizam transporte regional, justamente para evitar grandes trajetos a serem percorridos, diminuindo dessa forma a emissão de gás carbônico (CO2).
Isso parece fazer todo o sentido, já que os alimentos produzidos e consumidos localmente poupam energia tanto no cultivo como em seu transporte. Eles também não usam na base de suas receitas espécies que estão ameaçadas de extinção. Tal consumo acelera o risco do desaparecimento de determinadas espécies como é o caso do palmito-juçara (extraído da palmeira-juçara) e a castanha-do-pará.
Por fim, eles prezam pela política do não desperdício aproveitando os alimentos em sua totalidade usando até mesmo cascas, talos, folhas e as sementes, diminuindo a geração de resíduos. Para os responsáveis pelo projeto, quanto mais recursos são jogados fora, uma quantidade ainda maior terá que ser retirada da natureza. No Estado de São Paulo, quatro restaurantes do tipo funcionam, sendo três deles na capital paulista e outro em Campinas.