O professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, e diretor da Federação Brasileira de Geólogos, Fábio Augusto Reis, diz que evento ocorrido no Litoral Norte – que já resultou em dezenas de vítimas fatais diante da tragédia após as fortes chuvas – é um processo natural da região e deverá continuar a acontecer no futuro.
“Já ocorreram outros eventos, não com essa magnitude, mas eventos extremos na história do Brasil, na Serra do Mar. Isso vai continuar ocorrendo. Outros exemplos extremos vão ocorrer, isso faz parte do processo natural e a Serra do Mar é uma serra que sempre teve processos de deslizamentos, escorregamentos, e vai continuar tendo”, disse.
Ele cita, como exemplo, os deslizamentos em série que ocorreram em 1967 no município de Caraguatatuba, também no Litoral Norte, em que morreram cerca de 450 pessoas. “O evento de 67 foi muito pior. Só que, naquela época, havia 15 mil pessoas morando em Caraguatatuba. Se aquele mesmo evento tivesse ocorrido hoje, estaríamos falando de milhares de pessoas mortas”.
“Então é isso que a gente tem que separar: o evento natural vai continuar. Agora, o grande problema está na ocupação, na ocupação desordenada que ocorre nessas cidades”, acrescentou.
Vítimas
Até o momento, 49 óbitos foram confirmados, sendo 48 em São Sebastião e um em Ubatuba. Equipes do município de São Sebastião com psicólogas e assistentes sociais fazem um trabalho de acolhimento dos familiares das vítimas. Trinta e oito corpos (38) já foram identificados e liberados para sepultamento. São 13 homens adultos, 12 mulheres adultas e 13 crianças.
Atualmente, segundo as forças de segurança, a prioridade segue no socorro às vítimas e no fornecimento de itens aos mais de 1.730 desalojados e 1.799 desabrigados em todo Estado.
Ajuda
A Defesa Civil de Rio Claro está em São Sebastião desde essa quinta colaborando com as equipes de segurança na busca pelas vítimas e socorro aos desabrigados.