Folhapress
O Brasil registrou o primeiro caso provável de hepatite misteriosa na cidade de Ponta Porã, no Mato Grosso. Segundo o Ministério da Saúde, porém, ainda não há casos confirmados da doença no país. A pasta também apura se seis mortes foram causadas pela doença.
O caso provável é de uma paciente que não teve idade informada. Ela teve febre, mal-estar, náuseas e itcterícia (pele amarelada), sintomas comuns da doença.
No Brasil, há três estágios de classificação de casos. O primeiro é o suspeito. Em seguida, há o provável, que indica que o quadro da paciente é compatível com a doença, mas ainda não houve confirmação laboratorial ou carece de vínculo epidemiológico. Um caso passa a ser tratado como confirmado após resultados de exames laboratoriais ou clínicos.
Até esta terça (31), havia 68 casos suspeitos de hepatite aguda em investigação, segundo informações do Ministério da Saúde.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), havia 650 casos prováveis de hepatite aguda misteriosa em crianças em 33 países até 26 de maio. A organização diz não haver nenhum caso confirmado no mundo.
Há uma discrepância entre a classificação adotada pela OMS e a utilizada pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA). A OMS diz, por exemplo, que o Reino Unido tem 222 casos prováveis, mas a UKHSA os classifica como confirmados.
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por diversos fatores como infecções virais e consumo excessivo de álcool. As hepatites causadas por vírus são denominadas com as letras A, B, C, D e E. Também existe uma hepatite autoimune, em que o próprio sistema imunológico do corpo ataca o fígado.
No caso da hepatite aguda misteriosa, os vírus conhecidos não foram identificados. A suspeita é de que uma mudança no genoma de um adenovírus possa ser a causa deste surto. Os adenovírus são os vírus causadores dos resfriados comuns.
De acordo com a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), o adenovírus foi detectado em 68,2% das crianças testadas até o dia 20 de maio. A agência disse, na ocasião, que não era possível descartar a relação com o Sars-CoV-2, causador da Covid-19, porque apesar de baixo, o percentual de crianças com hepatite aguda que tiveram resultados positivos para Covid foi de 15%.