Homem que planejou crime com amante é condenado a 18 anos de prisão

Carine Corrêa

O julgamento de Adair Rodrigues em Rio Claro ocorreu nessa quinta (25) e teve início às 9h30 no Fórum do município

Novembro de 2005. Foi nessa data que Adão Serafim Baltieri foi executado na zona rural de Itirapina. A esposa foi condenada pelo crime e, nessa quinta-feira (25), um julgamento em Rio Claro resultou na condenação de Adair Roberto Rodrigues, que teria planejado o assassinato de Adão junto com a esposa da vítima, com a qual mantinha relação amorosa.

A esposa, Valéria Alves Rodrigues da Silva, teria sido condenada a quinze anos de prisão e já cumpre a pena há algum tempo. Na época em que houve o julgamento, Valéria foi condenada e Adair, absolvido. No entanto, o promotor recorreu a um novo júri.

A reportagem do JC teve acesso à denúncia assinada pelo promotor de Justiça José Fortunato Neto, em dezembro de 2005, um mês após o crime. Nela, há os detalhes do crime premeditado por Valéria e pelo amante Adair.

Dia 27 de novembro de 2005. Foi nesta data – às 9h20 – que as autoridades localizaram o corpo de Adão, na Estrada Vicinal da Fazenda Ripasa, zona rural de Itirapina. Segundo o documento assinado pelo promotor, o corpo foi encontrado sem os globos oculares, com lesão na altura das partes íntimas e com deformação na boca. A denúncia supõe que os sinais indicam que Adão tenha sido submetido à tortura. No atestado de óbito consta que sua morte foi por traumatismo cranioencefálico provocado por agressão com arma de fogo.

“Adão vivia com Valéria, que mantinha um romance escondido com o vizinho Adair. Os encontros amorosos entre ambos ocorriam na casa de Valéria, na ausência do amásio e enquanto as crianças dormiam”, diz o documento. O plano do casal, segundo a denúncia, era “se livrar de vez da vítima”.

Dia 25 de novembro de 2005. Esta foi a data em que ocorreu o assassinato. A ação criminosa articulada por Valéria e pelo amante incluía envenenar Adão. “Adair forneceu a Valéria ‘veneno para eliminar ratos’. Valéria, por sugestão de Adair, por volta das 20h, no interior da residência do casal, na zona rural de Itirapina, adicionou o veneno ao café que preparava para Adão. Trinta minutos após ingerir, ele começou a passar mal, com vômitos”, detalha o documento.

Adair morava nas proximidades, “se ofereceu” para levar o homem ao hospital e também teria dito que “daria um jeito” em Adão.

A denúncia assinada pelo promotor ainda detalha que Valéria tinha pleno conhecimento de que ele mataria Adão no trajeto. Os dois teriam colocado Adão – que passava muito mal – no carro de Adair. Adair trazia em sua cintura uma arma de fogo. “Depois de um tempo, quando retornou, Adair acabou contando para Valéria que havia executado Adão, efetuando um disparo de arma de fogo contra ele”, diz a denúncia. Na época, Adair teria confessado à polícia que jogou a arma em um rio. O revólver não teria sido localizado pelas autoridades.

Para se esquivar da culpa, Valéria teria dito aos parentes que Adão havia desaparecido, o que levou, inclusive, ao registro de boletim de ocorrência nesse sentido. Essas informações acabaram culminando no julgamento de Valéria e Adair pelo tribunal do júri.

A defesa de Adair entrou com apelação e, até o momento em que não houver a resposta – o que pode demorar de seis meses a dois anos – o condenado responde em liberdade.

O julgamento de Adair Roberto Rodrigues em Rio Claro nessa quinta teve início às 9h30 no Fórum do município e terminou ainda no período da manhã do mesmo dia.

Redação JC: