Ednéia Silva
O Ministério da Saúde divulgou na segunda-feira (4) o mapa da dengue no Brasil. O órgão admitiu que o País enfrenta uma epidemia com 745.957 casos e 229 mortes até o dia 18 de abril. O Estado de São Paulo é o campeão de casos e de mortes. São 401.564 casos confirmados e 169 óbitos, sendo a maioria idosos. A Folha de SP traçou o perfil das vítimas fatais da doença no Estado analisando 130 mortes. O estudo concluiu que 9 em cada 10 mortes por dengue no Estado são idosos.
A pesquisa revela que das 130 mortes 87% são vítimas com mais de 60 anos de idade. Desses, 75% tinham alguma outra doença além da dengue. Os mais jovens são menos suscetíveis à doença. O percentual de óbitos na faixa etária de 18 a 60 anos foi de 8,4% e de 4,6% na faixa com menos de 18 anos.
Rio Claro tem confirmado até o momento três mortes por dengue, todos com mais de 60 anos (66, 72 e 95). De acordo com a Vigilância Epidemiológica (VE), as três vítimas tinham doenças preexistentes. Segundo a VE, a idade avançada e a existência de doenças crônicas são fatores de risco para a evolução da dengue para a forma mais grave, o que requer cuidados adicionais.
E não são apenas os idosos que precisam de atenção especial. “As crianças abaixo de dois anos e gestantes também merecem atenção dobrada, pois os dados epidemiológicos já estudados no País mostram que, de igual modo, há risco de gravidade maior para esses grupos”, explica a VE.
A vigilância ressalta a importância de adotar medidas preventivas para evitar o contágio na terceira idade, como “eliminar os criadouros, utilizar telas para evitar a entrada do mosquito, fechar portas e janelas ao entardecer, usar repelentes e diminuir as áreas expostas da pele com o uso de calças compridas e sapatos”. A VE conclui dizendo que se houver contágio, o idoso deve ser monitorado com “maior atenção e cuidados especiais”.