Incêndio no Museu da Língua Portuguesa relembra destruição do museu de Rio Claro

Antonio Archangelo/Coluna PolítiKa

O incêndio que atingiu parte do prédio da Estação da Luz e destruiu o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, no dia 21, trouxe à memória do rio-clarense o misterioso sinistro que destruiu, também num dia 21, só que de junho de 2010, o Museu Amador Bueno da Veiga, na Avenida 2. Se em SP o museu contava com um seguro milionário, em Rio Claro até o momento o prédio histórico não foi reconstruído.

O jornalista Sidney Navas, que esteve no local durante o incêndio naquela noite fúnebre, lembra que “foi triste, um cenário desolador”. “A água não foi suficiente, tiveram que chamar caminhão-pipa, hidrantes não funcionaram”, comenta à Coluna.

O Jornal Regional, do Grupo JC, noticiou na época que “Moradores que chegaram antes do Corpo de Bombeiros informaram que o fogo começou no piso superior do prédio”, destacava na página três a edição de número mil.

Em 2010, na semana do aniversário da cidade, o museu foi incendiado

“O motivo do incêndio no casarão construído em 1863 – que foi totalmente destruído e cuja reforma ainda está em andamento cinco anos e meio depois – ainda é desconhecido, contudo o que ficou também destacado na matéria do jornal foi a falta de organização das autoridades competentes para minimizar as chamas, uma vez que foi constatada a falta de água em hidrantes próximos (…) [e que] o infortúnio gerou comoção geral na cidade e diversos grupos, entidades e cidadãos protestaram contra o fato, que pode ser criminoso”, cita o jornalista Favari Filho.

Se no Museu da Língua Portuguesa não houve grandes perdas em seu acervo, em Rio Claro, o fogo destruiu uma carruagem do final do século XIX, que pertenceu à Fazenda Santa Gertrudes e foi doada ao Museu em 1980; um carro-pipa que era utilizado na década de 1950 para distribuir água potável à população rio-clarense; uma réplica da Pietá, feita para ser colocada no cemitério municipal e que, em 1973, foi doada pela família Muniz; e três móveis em madeira. Tudo foi perdido.

O restante do material histórico segue acomodado e sem acesso à população. Esta semana, em audiência na Assembleia do Estado de São Paulo sobre o orçamento do Estado, o deputado Aldo Demarchi (DEM) pediu informações da Secretaria Estadual do Estado sobre o acervo.

A obra de reconstrução contou com recursos federais advindos por emenda parlamentar do deputado Ricardo Berzoini (PT) no valor R$ 3,8 milhões.

Em agosto de 2010, o laudo da equipe de criminalística que analisou o prédio apontou que o incêndio foi criminoso, de autoria desconhecida.

O prefeito Du Altimari assinou na quinta-feira, 24, com a Caixa Econômica Federal convênio de R$ 1.500.000,00 para execução da segunda etapa de obras do Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, no Centro.

Em setembro deste ano, a prefeitura anunciou a assinatura de um novo convênio de R$ 1.469.500,00 repassados pelo Ministério do Turismo, prevendo contrapartida de R$ 30.500,00 por parte da prefeitura para conclusão da reconstrução do prédio.

A assessoria da prefeitura não respondeu sobre o prazo para entrega da obra. O prazo inicial era que em 2012 o conhecido “Solar da Baronesa” já estaria restaurado.

Redação JC: