Clima interfere no preço e qualidade alimentar

Sidney Navas

Os preços de verduras e legumes sofrem alterações. O tomate é um dos produtos mais caros

O aumento no preço dos combustíveis (que eleva o valor do frete) aliado principalmente a fatores da natureza, como a instabilidade climática e a estiagem, são apontados como os responsáveis pelo aumento no preço de verduras e legumes não só em Rio Claro, como em diversas outras regiões. A qualidade também é seriamente prejudicada por isso. Argumentos climáticos que justifiquem o aumento até podem parecer incoerentes, mas não são.

Em alguns casos, por conta dos gêneros cultivados, a estiagem acabou prejudicando o plantio e a colheita. O tempo seco atrapalha e resulta numa qualidade final bem inferior. Por outro lado, chuvas incessantes e volumosas também acabaram contribuindo para essa oscilação. Dependendo da intensidade, inevitavelmente, as tempestades devastam plantações inteiras, trazendo prejuízos aos agricultores. Só conseguem escapar aquelas propriedades dotadas de estufas, mas implantar este sistema também tem um custo alto.

As donas de casa em especial precisam usar de muita criatividade e ou então abrir mão de alguns itens na hora de preparar as refeições e servir à mesa. “Está tudo pela hora da morte. Não são apenas os legumes e verduras. As frutas também subiram de valor e o nosso salário não acompanha essa evolução”, explica a webdesigner Dulce Faria. Ela ressalta que, desde o início do ano, gasta mais e compra cada vez menos. “O jeito é pesquisar antes e, se possível, inovar no cardápio, mas não é fácil. O valor da cesta básica em geral está bem alto. Do jeito que as coisas estão, logo logo não teremos mais o que comer”, comenta a mulher.

A dona de casa Val Marques explica que acaba consumindo menos e faltam opções na hora de fazer as refeições. “O tomate já virou um luxo. Está caro demais e o mesmo acontece com a batata, repolho, berinjela e frutas. Outro problema está na falta de qualidade”, reclama. A funcionária de um varejão popular nas imediações da Vila Cristina, Erika Aparecida, confirma essa alta. “Antes o tomate era comercializado por cerca de R$ 2,00 o quilo. Hoje custa entre R$ 6,00 e R$ 8,00”, afirma. A batata vendida a partir de R$ 0,90 o quilo já é encontrada por aproximadamente R$ 5,00 o quilo. A funcionária lembra que onde trabalha os preços só não são maiores ainda porque os donos tratam de ir buscar as verduras e legumes direto do produtor. “Caso o valor do frete fosse repassado ao consumidor final, os produtos estariam ainda mais caros”, completa.

Redação JC: